JP Jornal O Popular
Nem todo mundo engoliu o discurso de diplomacia. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) soltou o verbo contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após o mesmo tentar costurar um diálogo com empresários e representantes dos Estados Unidos sobre o tarifaço imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump contra produtos brasileiros.
A medida norte-americana, que prevê uma tarifa de 50% sobre importações do Brasil a partir de 1º de agosto, acendeu o alerta vermelho na economia — e no meio político também. Enquanto Tarcísio tenta apagar o incêndio com reuniões e discursos conciliadores, Eduardo Bolsonaro prefere usar gasolina, e não esconde sua insatisfação com a postura do governador, a quem acusou de agir com “subserviência servil às elites”.
“Prezado governador, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades”, disparou Eduardo em publicação nas redes sociais.
A bronca do filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro tem um pano de fundo: ele defende a anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e vê na pressão econômica uma forma de conseguir apoio. Para Eduardo, o gesto de Tarcísio em buscar consenso com o governo Lula e empresários é um tiro no pé.
Apesar da alfinetada, Tarcísio manteve sua agenda institucional. Ontem terça-feira (15), recebeu empresários paulistas no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para discutir os impactos da nova política tarifária norte-americana. É a segunda reunião do governador com representantes norte-americanos em menos de uma semana.
Dias antes, o próprio Tarcísio já havia feito críticas ao governo federal, mas mudou o tom e passou a defender uma atuação conjunta entre os poderes estaduais e o Palácio do Planalto, inclusive elogiando a diplomacia do governo Lula. Já o vice-presidente Geraldo Alckmin convocou, em Brasília, duas reuniões com o setor privado para montar a resposta oficial do Brasil ao tarifaço.
💬 JP comenta: Quando dois bois brigam, quem perde é o pasto. Enquanto Tarcísio tenta apagar o fogo com conversa, Eduardo quer ver o circo pegar fogo com gritos de anistia. No fim das contas, quem paga a conta é o povo — e com juros de 50%.
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