Araçatuba registra aumento alarmante de 157% nas denúncias de trabalho análogo à escravidão em 2024

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Se tem uma coisa que não muda no Brasil é que “onde há fumaça, há fogo”. Em Araçatuba (SP), a realidade das condições precárias de trabalho acendeu um alerta vermelho: o número de denúncias de trabalho análogo à escravidão saltou de 7, em 2023, para impressionantes 18 apenas neste ano, um aumento de 157%, segundo dados divulgados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Enquanto algumas cidades registraram uma queda nos casos, Araçatuba segue na contramão e se torna palco de uma luta incansável contra essa prática vergonhosa.

Exploração que choca

De acordo com o artigo 149 do Código Penal Brasileiro, submeter alguém a trabalhos forçados, jornadas exaustivas ou condições degradantes é crime. No entanto, os números mostram que essa realidade ainda é uma dura verdade para muitos trabalhadores. Das 18 denúncias feitas em 2024, apenas três estão sob investigação, e nenhum trabalhador foi resgatado até o momento.

Se “casa de ferreiro, espeto de pau”, parece que os olhos das autoridades estão cada vez mais atentos a essas práticas ilegais, mas a impunidade ainda dá margem para que novos casos surjam.

Nome na lista suja e prisão de empresário

Um dos nomes que entrou na “lista suja” do Ministério do Trabalho e Emprego foi o de Edson Barbosa da Mata, de 60 anos, dono de uma fazenda em Novo Progresso (PA). O empresário foi condenado a cinco anos de reclusão em regime semiaberto e acabou preso na Estância Recreio, em Rio Preto, por policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic). Seu caso é um dos mais graves da região, envolvendo exploração de trabalhadores e crimes ambientais.

Para os trabalhadores que ainda enfrentam essa realidade, a esperança é que a justiça seja feita. Afinal, “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco”, e só com fiscalização rígida e punição severa será possível virar esse jogo.

Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo

A data de 28 de janeiro marca o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, instituído em homenagem aos auditores fiscais assassinados em 2004 durante uma fiscalização em Unai (MG). Desde então, a luta para erradicar essa prática continua, mas os desafios são muitos.

JP Jornal O Popular comenta: “Trabalho escravo é uma ferida aberta em pleno século XXI. Enquanto houver patrões explorando e trabalhadores sendo tratados como descartáveis, a luta por justiça não pode parar. O crime pode até ter perna curta, mas quando se trata de exploração humana, a fiscalização precisa correr mais rápido.”

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