Após participar do ataque golpista em Brasília, no domingo (8), durante o qual gravou um vídeo xingando as Forças Armadas por não terem compactuado com o atentado, o coronel da reserva Adriano Camargo Testoni foi demitido do Hospital das Forças Armadas (HFA). A demissão foi confirmada na terça-feira (10).
No vídeo gravado pelo cex-coronel, Adriano Testoni chama as Forças Armadas de “bando de filhos da puta” por terem atuado na liberação do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
“Forças Armadas filha da puta, bando de generais filha da puta. Vão tudo tomar no cu, vanguardeiros de merda”.
“Covardes! Olha aqui o que está acontecendo com a gente! Generais filha da puta. Alto Comando do caralho. Olha aqui o povo, minha esposa… Seus filhos da puta!”, continuou.
Sua esposa aparenta estar sob efeito de gás lacrimogêneo ou spray de pimenta, usados pelas forças de segurança na operação que limpou os prédios e prendeu os terroristas.
“Exército é o caralho, esse nosso Exército é um merda (sic), vão tudo tomar no cu. Que vergonha de vocês militares. O povo se fodendo aqui, caralho”, disse o coronel da reserva.
Adriano Testoni era assessor da Divisão de Coordenação Administrativa e Financeira do HFA, mas foi demitido depois da repercussão de seu vídeo.
Todos os envolvidos no ataque terrorista a Brasília estão sendo presos e processados pela Polícia Federal. Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, “foram lavrados 1.261 autos de prisão e apreensão” desde o ataque.
O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira, foi preso na terça-feira (10) por ter sabotado as ações da tropa para facilitar o acesso dos terroristas à Praça dos Três Poderes.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também ordenou a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, pelo mesmo motivo.
Torres assumiu a Secretaria no dia 2 de janeiro e seus primeiros atos foram demitir os membros do órgão e sair de férias, viajando para Orlando, na Flórida, mesma cidade em que está Jair Bolsonaro, de quem foi ministro da Justiça até o último dia de governo.