A dificuldade em se indicar um nome para a terceira via e os resultados decepcionantes nas pesquisas, levaram a discussões sobre uma escolha entre Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
O assunto é frequente entre articuladores de campanhas e representantes da sociedade e do empresariado que querem de uma alternativa competitiva para derrubar os dois candidatos, que têm juntos tem cerca de 70% das intenções de voto.
No entanto, parte do debate está restrita aos bastidores e Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB) tentam ser os escolhidos da terceira via.
Por enquanto, os próprios pré-candidatos respondem com evasivas sobre sua opção em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro.
Alguns líderes políticos, no entanto, já se posicionaram sobre o assunto. O ex-presidente Michel Temer (MDB) já declarou seu apoio ao presidente Bolsonaro. Porém ele tem evitado se aprofundar no assunto uma vez que ainda aposta na colega de partido Tebet.
Lula também começou a atrair apoiadors. O ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) confirmou nesta sexta-feira (13) ao jornal O Estado de S. Paulo que apoiará Lula já no primeiro turno.
Apesar das declarações de apoio, em ambos os lados as migrações vêm acompanhadas de ressalvas.
A saga da terceira via teria na próxima quarta-feira (18) um desfecho, com o anúncio de uma candidatura unificada, mas nada está assegurado. Um encaminhamento depende da análise de uma pesquisa encomendada para ver quem é mais forte entre Doria e Tebet.
Ciro ampliou o diálogo com os setores de centro-direita empenhados na fabricação da alternativa, mas seu nome sofre resistência principalmente por causa das divergências no setor econômico e por sua fama de intransigente.
Felipe d’Avila e João Amoedo pregam o voto nulo caso se configure um embate direto entre Lula e Bolsonaro.
Para Amoêdo, Bolsonaro é intragável “por todos os erros que cometeu do ponto de vista econômico, ambiental, internacional”, e Lula “tem um histórico muito ruim de corrupção do PT e em nenhum momento sinaliza reconhecer erros cometidos, passando a mensagem de que poderá repeti-los”.
Com a constatação de que dificilmente Lula e Bolsonaro deixarão o topo da corrida, um raciocínio de certa forma paliativo passou a circular entre diferentes atores desse segmento nas últimas semanas. A ideia é defender que haja uma ou mais candidaturas ao menos para elevar o nível do debate.
As projeções mais otimistas falam em alcançar um patamar de 10%, mas, diante do quadro hostil, uma fatia de 5% já seria comemorada.