A Prefeitura de Jaú, divulgou ontem, sábado (13), que a variante brasileira da Covid-19 foi identificada em três amostras de material genético coletadas de pacientes do município, após o recente aumento de casos positivos da doença e internações na cidade. A identificação da variante, chamada de P.1, foi feita pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz na Capital após a conclusão do sequenciamento do Sars-CoV-2 presente nas amostras dos pacientes.
A presença da variante brasileira do coronavírus já foi confirmada em dez Estados, segundo o Ministério da Saúde. Na terça-feira (9), a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta em seu boletim epidemiológico sobre a possível redução da ação de anticorpos neutralizantes, capazes de bloquear a ação do vírus no organismo, pelas mutações encontradas na variante P.1.
Em Araraquara, o Instituto de Medicina Tropical, órgão vinculado à USP (Universidade de São Paulo), confirmou na última sexta-feira (12) que cepas do coronavírus encontradas em Manaus (AM) e no Reino Unido foram identificadas em pacientes positivados para Covid-19 na cidade.
A nova variante do vírus é mais transmissível e agressiva. Nesta semana, o Sesa (Serviço Especial de Saúde de Araraquara) enviou amostras de pacientes araraquarenses para análise do instituto da USP, pois havia a suspeita de que uma nova cepa do vírus pudesse estar na cidade. Suspeita que agora foi confirmada. Essa informação será remetida para o Instituto Adolfo Lutz, laboratório da saúde pública do Estado de São Paulo, para que o Governo do Estado seja oficialmente notificado.
Alvo de análises devido à possibilidade de ser mais transmissível, a variante foi identificada em janeiro no Amazonas, onde já responde pela maioria dos casos observados, segundo a Fiocruz. Agora, dados compilados pelo grupo técnico de vigilância do ministério apontam que ela já foi identificada em outros nove Estados. Em três deles, Pará, Roraima e Ceará, a variante foi identificada em casos isolados, alguns deles, inclusive, sem vínculo epidemiológico com o Amazonas.
No Amazonas, Paraíba, Piauí, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro, a variante foi observada em casos importados do Amazonas, ou seja, em que houve análise e sequenciamento genômico de amostras de pacientes que estiveram no Estado. O Ministério da Saúde está implementando a Rede Nacional de Sequenciamento Genético nos laboratórios centrais de saúde pública dos estados (Lacen), visando investigar mutações e diferentes linhagens do SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, que se encontram em circulação no país.
Segundo o ministério, na fase piloto, 1.200 amostras do vírus de todas as unidades da Federação serão sequenciadas em quatro laboratórios de referência: Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, Instituto Evandro Chagas, no Pará, e laboratórios centrais da Bahia e de Minas Gerais. O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros disse acreditar que a iniciativa acelere a investigação das mutações do vírus.
“A vigilância e o acompanhamento dessas mutações nos ajudarão na resposta do SUS (Sistema Único de Saúde), para o controle da pandemia no país e para entender cada vez mais o comportamento do vírus.”
Fonte: Jcnet