O Marília Rodeo Music, aguardado por muitos, está no centro de uma polêmica que pode redefinir os rumos da política local. O festival, marcado para o final de agosto, agora enfrenta a possibilidade de suspensão após uma representação judicial alegando crime eleitoral.
A advogada Dirce Maria Sentanin, em um documento de 16 páginas, não poupou palavras ao acusar o prefeito Daniel Alonso (PL) e seu pré-candidato a prefeito, Ricardo Mustafá, de utilizarem o rodeio como uma ferramenta para conquistar votos às vésperas das eleições municipais. Segundo a representação, o evento, que conta com um investimento de quase R$ 1,2 milhão em recursos públicos, seria uma tentativa disfarçada de propaganda eleitoral, configurando abuso de poder político e econômico.
Mas não é só o dinheiro público que está em jogo. Dirce aponta que, em quase oito anos de gestão, o prefeito Daniel Alonso nunca promoveu um evento desse porte na cidade. Coincidência ou não, a decisão de realizar o rodeio com shows gratuitos de artistas renomados, como Ana Castela, surge a apenas 40 dias das eleições. O ingresso simbólico, um quilo de alimento, pode parecer um gesto nobre, mas para a autora da representação, trata-se de uma jogada clara para atrair o eleitorado, infringindo a legislação eleitoral.
A cereja do bolo? A suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro na abertura do rodeio. Um nome que, segundo Dirce, foi estrategicamente escolhido para atrair ainda mais simpatizantes em uma cidade onde Bolsonaro teve quase 70% dos votos nas últimas eleições. A advogada argumenta que a presença do ex-presidente, ao lado do governador do Estado, evidencia a intenção eleitoral do evento. “Por qual motivo um ex-presidente viria para a abertura da festa? Tão óbvio que nem consigo argumentar mais sobre”, escreveu em um dos trechos mais contundentes da peça protocolada.
Além das acusações, a representação é recheada de jurisprudências e decisões anteriores que sustentam o pedido de suspensão imediata do Marília Rodeo Music. Para Dirce, é fundamental que a Justiça intervenha para impedir que a máquina pública seja usada como trampolim eleitoral.
O caso, agora nas mãos da 400ª Zona Eleitoral de Marília, promete mexer com os ânimos da população e dos envolvidos. Enquanto os fãs do rodeio aguardam ansiosos pelos shows, a cidade se vê no meio de uma tempestade jurídica e política. Será que o Marília Rodeo Music vai acontecer? Ou será lembrado como um símbolo de uma eleição marcada por manobras e controvérsias? O desfecho dessa história ainda está por vir, mas uma coisa é certa: Marília nunca viu nada parecido.
