Em abril, as exportações de carne bovina caíram 25% em volume em decorrência da diminuição das vendas para a China, que paralisou a compra do insumo brasileiro, por pouco mais de um mês, devido à ocorrência de um caso de vaca louca em uma fazenda no interior do Pará, em março.
A paralisação faz parte de um acordo, firmado em 2015, entre Brasil e China, que prevê a suspensão imediata das vendas de carne e subprodutos quando é registrado algum caso da doença, até que exames específicos descartem a contaminação em rebanho.
O caso ocorrido em março foi isolado e o animal teve a carcaça incinerada na fazenda, para evitar que a doença se espalhasse, de acordo com o governo do Pará.
De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), os Estados Unidos, que é o segundo maior cliente brasileiro, o Chile e o Egito também deixaram de importar carne brasileira neste mesmo período. Isso gerou queda de 43% na arrecadação total em abril.
Empresários do mercado de carne nacional apontam que há uma certa pressão de alguns países, incluindo China, para os frigoríficos brasileiros abaixarem os preços da carne vendida no exterior. Atualmente, a tonelada custa em média US$ 4.455 no mercado internacional.
Para se ter noção do impacto, em abril 2022, o Brasil arrecadou US$ 1,104 bilhão. No mesmo período em 2023, o valor foi de US$ 626,9 milhões. Em volume, a queda foi de 186.565 toneladas em abril de 2022 para 140.709 toneladas em abril de 2023. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, compilados pela Abrafrigo.