Número de acidentes de trabalho aumentam na região

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Uma pesquisa divulgada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) mostrou um aumento no registro de acidentes e mortes decorrentes do trabalho no interior de São Paulo.

Bauru teve os maiores índices, o aumento de registro foi de 16%, e o de mortes, 150%, de 2020 para 2021, sendo que os setores com maior emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em 2021 foram em atividades de correio, com 15%, e a atividades de atenção à saúde humana, com 11%.

O pedreiro José Carlos Borges Conceição que trabalha há 30 anos na construção civil, por exemplo, está afastado do trabalho há um mês por conta de um acidente de trabalho. Ele cortou o dedo operando uma serra.

Entre as causas para os acidentes de trabalho estão a falta de treinamento ao funcionário, falta do empregador fiscalizar o uso de PI, jornada excessiva de trabalho e estresse.

Em Marília, de 2020 (956) para 2021 (1.163) o número de acidentes de trabalho aumentou em 21,6%. O número de mortes de 2020 (2) para 2021 (5) sofreu um aumento de 150%, assim como em Bauru, sendo que os setores com maior número de chamadas para atendimentos foram atividades hospitalares, com 17%, e em hipermercados e supermercados com 9%.

De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, desenvolvido e mantido pelo MPT em cooperação com a OIT, nos últimos dez anos morreram 22.954 pessoas em decorrência de acidentes de trabalho no Brasil.

Entre 2012 e 2021, foram registradas em todo o país 6,2 milhões de CATs e o INSS concedeu R$ 2,5 milhões de benefícios previdenciários acidentários, incluindo auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente. No mesmo período, o gasto previdenciário ultrapassou os R$ 120 bilhões somente com despesas acidentárias.

Já o total de auxílios-doença concedidos por depressão, ansiedade, estresse e outros transtornos mentais e comportamentais (acidentários e não-acidentários) se mantiveram em níveis elevados, na média de concessões dos últimos cinco anos anteriores à pandemia da Covid-19 (com cerca de 200 mil concessões).

O procurador do MPT e cientistas de dados, Luís Fabiano de Assis explicou que, além dos prejuízos humanos e às famílias, os custos econômicos dessas ocorrências se manifestam em gastos do sistema de saúde e do seguro social, e, no setor privado, em uma enorme redução da produtividade derivada de dias perdidos de trabalho acumulados.

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