Márcio França, ex-governador do Estado de São Paulo, é alvo de uma operação da Polícia Civil em São Paulo, desencadeada na manhã desta quarta-feira (5).
A operação tem como objetivo investigar supostos desvios na área da saúde. De acordo com o ex-governador a operação não passa de uma estratégia para as eleições de 2022 por parte de seus oponentes.
“Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas ‘autoridades’, com ‘medo de perder as eleições’, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa” disse Márcio França.
Foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão em 17 cidade nas regiões de Araçatuba, Bauru, Baixada Santista, Campinas, capital de São Paulo e Presidente Prudente. O irmão do político, Cláudio França, também é um dos alvos.
De acordo com a polícia em coletiva de imprensa concedida em Santos, foram apreendidos R$ 13 mil em dinheiro, três veículos e sete armas de fogo, com e sem documentação.
A Operação é mais uma etapa da Operação Raio-X, que apura crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, e é realizada pela Polícia Civil, Ministério Público e Corregedoria Geral da Administração.
Ainda de acordo com apurações realizadas pela Polícia Civil e pela Controladoria Geral do Estado, foram desviados dos cofres públicos aproximadamente R$ 500 milhões, dinheiro que deveria ter sido destinado à saúde.
Márcio França é pré-candidato ao governo do estado de São Paulo em 2022. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), “as investigações tramitam sob segredo de Justiça e mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”.
Em nota conjunta, advogados de França e juristas informaram que “medidas de investigação que possam violar direitos fundamentais como a intimidade e a proteção ao domicílio, como essa que envolve o Gov. Márcio França, são sempre excepcionais e só se justificam quando há fatos atuais e robustos que demonstrem a necessidade de flexibilização desses direitos constitucionais”.
https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html No relatório da investigação constam contratos de gestão firmados durante o governo Márcio França que teriam beneficiado uma organização criminosa investigada, chefiada por Cleudson Garcia Montali. O homem é anestesista e responsável por quatro Organizações Sociais (OS) que foram investigadas por desviar dinheiro dos hospitais.
Ainda de acordo com a apuração, Márcio França teria recebido doações financeiras de Cleudson para a campanha eleitoral em que o ex-governador concorria ao governo de São Paulo. “Verificou-se, ainda, que a organização criminosa também financiaria a campanha eleitoral de Márcio França à prefeitura de São Paulo no ano de 2020, fatos estes que demonstram possível envolvimento de Márcio França com a organização criminosa”, diz o relatório.