A nova era dos rótulos e das gorduras: o que muda no seu prato e na sua saúde

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Nos últimos anos, uma mudança silenciosa, porém profunda, vem ocorrendo nas prateleiras dos supermercados. Trata-se de uma verdadeira revolução na forma como os alimentos são rotulados e formulados. Desde 2022, com a nova regulamentação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tornou-se obrigatória a presença de alertas frontais em produtos com excesso de açúcar, sódio e gorduras saturadas. Além disso, o Brasil segue avançando na eliminação total da gordura trans industrial — substância sabidamente nociva à saúde cardiovascular.

Mas o que isso representa, de fato, para o consumidor? Como as indústrias estão reagindo? E o mais importante: a população tem compreendido essas mudanças?

Para esclarecer essas questões, o JP Jornal O Popular conversou com a nutricionista Simone Clivelaro, do Espaço Viver Bem da Unimed Marília, referência em promoção de saúde e educação alimentar na região.


Gordura trans: um inimigo que está com os dias contados

“A decisão da Anvisa de proibir a gordura trans foi extremamente necessária”, afirma Simone. “É uma gordura artificial, prejudicial à saúde, que aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e inflamações. O ideal seria sua retirada total de forma mais rápida, mas entendemos a necessidade de adaptação por parte das indústrias.”

Mesmo assim, a atenção deve permanecer redobrada. Produtos com selo “zero gordura trans” ainda podem conter até 0,2g por porção, o que pode ser prejudicial se consumido com frequência. Além disso, nomes como “óleo vegetal hidrogenado” ou “gordura parcialmente hidrogenada” ainda indicam sua presença.


Trocas nem sempre saudáveis

Diante da proibição, muitas indústrias alimentícias passaram a substituir a gordura trans por outras opções, como gordura saturada (óleo de coco, manteiga, gordura de palma) ou óleos vegetais não hidrogenados (soja, canola, girassol).

“Essas substituições foram necessárias, mas é importante lembrar que algumas dessas gorduras também devem ser consumidas com moderação. A saúde está no equilíbrio”, pontua a nutricionista.


Rotulagem frontal: um avanço, mas ainda um desafio

A inclusão de alertas como “alto em açúcar” e “alto em sódio” na parte frontal das embalagens representa um avanço importante para a saúde pública. No entanto, Simone alerta que nem todos os consumidores compreendem o que de fato essas informações significam.

“Ainda é necessário ampliar o acesso ao conhecimento nutricional. Muitos termos são técnicos demais, o que dificulta o entendimento da população.”


Como fazer boas escolhas? Veja as orientações da nutricionista:

  1. Observe os selos frontais. Produtos com alerta de alto teor de sódio, açúcar ou gordura saturada devem ser evitados.
  2. Desconfie de apelos publicitários. Termos como “natural”, “zero açúcar”, “fit” ou “sem glúten” não significam, necessariamente, que o produto é saudável.
  3. Leia a lista de ingredientes. Prefira os produtos com menos aditivos químicos e nomes conhecidos.
  4. Atenção aos adoçantes. Produtos “zero açúcar” frequentemente contêm adoçantes artificiais, que também devem ser consumidos com cautela.
  5. Regra dos três primeiros. Os três primeiros ingredientes da lista indicam os componentes em maior quantidade. Se forem açúcar, gordura ou farinha branca, reavalie a escolha.

E com as crianças?

A preocupação se estende à alimentação infantil. A exposição precoce a alimentos ultraprocessados é um risco que deve ser evitado.

“É responsabilidade dos pais, cuidadores e educadores oferecer bons exemplos e limitar o consumo desses produtos. Crianças aprendem com o que veem e vivem no dia a dia”, reforça Simone.


A responsabilidade das empresas

Com consumidores mais conscientes e legislação mais rígida, a indústria alimentícia tem sido pressionada a oferecer produtos mais seguros.

“Percebemos um avanço importante na responsabilidade das empresas. A saúde do consumidor se tornou pauta central no desenvolvimento de novos produtos. Mas é um processo contínuo, que precisa de fiscalização constante”, avalia Simone.


Um futuro de escolhas mais conscientes

O Brasil avança na direção certa, mas o caminho ainda é longo. A eliminação da gordura trans e a nova rotulagem são passos importantes, mas é preciso fortalecer ações de educação alimentar, acesso a alimentos saudáveis e políticas públicas que promovam o bem-estar coletivo.

O Espaço Viver Bem da Unimed Marília tem sido um importante aliado da comunidade neste processo, promovendo orientação, informação e incentivo à mudança de hábitos.


Comentário do JP Jornal O Popular:

A transformação dos rótulos e a proibição da gordura trans representam uma mudança histórica na relação entre consumidor, indústria e saúde pública. Informação clara e acessível é essencial para garantir que todos possam fazer escolhas mais conscientes e saudáveis. A Unimed Marília, por meio do Espaço Viver Bem, desempenha um papel crucial nesse avanço. A saúde começa na consciência — e a consciência começa com informação confiável.

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