Contrato milionário vira caso de polícia: dirigentes do Corinthians são investigados por ligação com crime organizado
A Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro de São Paulo está no encalço de uma trama que parece ter saído direto de um roteiro de série policial. Dirigentes do Corinthians estão sendo investigados por envolvimento com integrantes do crime organizado, após a assinatura de um contrato milionário com a empresa de apostas esportivas Vai de Bet, em 2024.
A investigação rastreou a circulação suspeita de R$ 1,4 milhão, que deveria representar uma comissão legítima, mas tomou outro rumo: acabou nas mãos de empresas de fachada, com ligações com delatores do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O caminho do dinheiro
Tudo começou com a transferência de duas parcelas de R$ 700 mil feitas diretamente da conta do Corinthians para a empresa Rede Social Media Design, ligada a Alex Fernando André (Alex Cassundé), que atuou na campanha do atual presidente do clube, Augusto Melo.
Daí por diante, o dinheiro tomou atalhos que acenderam o sinal de alerta: foi parar em contas de empresas como a Neoway Soluções Integradas, registrada em nome de uma jovem de 23 anos da periferia de Peruíbe, sem experiência no ramo. O próximo destino foi a empresa Wave Intermediações Tecnológicas, que, por sua vez, transferiu parte dos valores — cerca de R$ 874 mil — para a UJ Football Talent Intermediação.
A UJ Football foi citada em delação premiada por um ex-colaborador da Justiça que, tempos depois, foi assassinado por traficantes. O depoimento revelava que o verdadeiro dono da empresa seria Danilo Lima, o “Tripa”, investigado por lavagem de dinheiro e outros crimes. Embora a empresa esteja no nome de terceiros, sua estrutura e movimentações financeiras reforçam os indícios de irregularidade.
Fraude, laranjas e crise na reputação
A polícia considera comprovada a prática de crimes como furto qualificado e lavagem de dinheiro, graças a documentos obtidos com a quebra de sigilos bancários.
O que deveria ser um dos maiores patrocínios da história do futebol brasileiro — R$ 360 milhões — acabou manchado por um escândalo milionário, que ainda pode respingar em outros dirigentes do clube.
Após a exposição do repasse irregular, a Vai de Bet rompeu o contrato com o Corinthians, alegando quebra de cláusulas e ocultação de informações. Em nota, o clube declarou que “não tem responsabilidade por qualquer direcionamento de dinheiro que não esteja na conta bancária oficial” e que não comentará o caso, que segue sob segredo de Justiça.
🗣️ JP Jornal O Popular comenta:
“Se tem algo que o torcedor não perdoa, é ver o nome do seu time no noticiário policial. Como diz o ditado: onde há fumaça, tem fogo — e nesse caso, tem faísca, labareda e cheiro de queimado. O futebol merece transparência e respeito. E que os culpados, se houver, paguem no rigor da lei.”
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