“Prometeram céu, entregaram golpe” – Aposentado perde R$ 150 mil em golpe do bilhete em Marília

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Idoso de 84 anos acreditou em história de bilhete premiado e fez transferências para estelionatários

Isca bem armada

Mais uma vez, o velho e conhecido “golpe do bilhete premiado” fisgou uma vítima em Marília. Um aposentado de 84 anos perdeu cerca de R$ 150 mil, após acreditar que estava ajudando uma moça religiosa e um homem bem articulado a dividir um suposto prêmio de loteria.

O caso ocorreu no dia 23 de abril, mas só foi registrado no Plantão Policial na última sexta-feira (2).

“Maria da Graça” e o papo da rifa

Segundo o relato, a vítima caminhava pela região central da cidade quando foi abordada por uma jovem que se apresentou como Maria da Graça. Ela pediu informações sobre uma loja onde resgataria um prêmio de rifa. O idoso respondeu que morava em Garça e não conhecia o local, mas a moça seguiu ao lado dele, puxando papo.

Logo em seguida, apareceu um homem que se identificou como Carlos, que “confirmou” que o papel não era uma rifa, mas sim um bilhete premiado da Caixa Econômica Federal.

Choro, fé e manipulação

A jovem disse ser Testemunha de Jeová e, por motivos religiosos, não poderia aceitar dinheiro de loteria. Carlos, então, propôs dividir o prêmio entre eles. A moça, emocionada, ofereceu sua parte ao aposentado, que, relutante, aceitou com a intenção de doar o valor a instituições carentes.

O golpe foi ganhando contornos dramáticos quando a jovem disse que seu tio passava dificuldades e chorou muito. Comovido, o idoso se prontificou a ajudá-lo com uma transferência de dinheiro, acreditando que tudo seria devolvido no dia seguinte.

O estrago no bolso

A dupla acompanhou o aposentado até uma agência do Banco do Brasil, mas ficou do lado de fora “para estacionar o carro”. Lá dentro, ele transferiu R$ 95 mil. Em seguida, sacou R$ 3 mil em espécie no Santander e ainda fez uma segunda transferência de R$ 50 mil para o Nubank.

Ao tentar contato posteriormente com Carlos para reaver o dinheiro, ninguém atendeu. Foi aí que percebeu que tinha sido enganado.

Investigação em andamento

O caso está sob investigação da Polícia Civil. O aposentado, bastante abalado, reforçou em seu depoimento que o casal nunca entrou nas agências e sempre evitava parar o carro em frente à sua casa — possivelmente por medo das câmeras de segurança.

✍️ JP Jornal O Popular comenta:

👉 “Dizia minha avó: ‘Quando a esmola é demais, o santo desconfia’. Golpes como esse continuam fazendo vítimas porque exploram o coração bom e a boa-fé de pessoas humildes. Fica o alerta: dinheiro fácil não cai do céu — e quem promete muito, quer mais do que parece. Cuidado redobrado com estranhos e ofertas milagrosas.”

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