“Crianças Indígenas Sofrem Com Aumento na Desnutrição Enquanto Educação de Jovens Negros Empaca: Um Retrato Cruel das Desigualdades no Brasil”

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A desnutrição infantil entre crianças indígenas no Brasil está em alta, enquanto a escolarização de jovens negros permanece estagnada. Em 2023, houve um crescimento preocupante de 16,1% na desnutrição entre meninos indígenas de até cinco anos e de 11,1% entre meninas na mesma faixa etária. Esses números contrastam com a estagnação da média nacional, que teve uma leve queda de 0,2%.

Além disso, a escolarização superior entre negros segue preocupantemente baixa. Dados do Observatório das Desigualdades, lançados na terça-feira (27), mostram que a taxa de escolarização no ensino superior entre homens negros é cerca de metade da observada entre brancos, e esse índice permaneceu praticamente inalterado entre 2022 e 2023.

O estudo, fruto do movimento Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, que reúne 200 entidades, escancara a realidade desigual entre diversos grupos étnicos e entre homens e mulheres no Brasil. Segundo Oded Grajew, fundador da Grow e membro do Pacto, “não há como fechar os olhos para as desigualdades que permeiam todas as áreas da sociedade brasileira; elas estão interconectadas e uma se torna causa da outra”.

Um dos aspectos mais alarmantes é que, enquanto o país como um todo praticamente estagnou na redução da desnutrição infantil, as comunidades indígenas foram as únicas a verem um aumento na proporção de crianças abaixo do peso ideal até os cinco anos. Já nos índices educacionais, a região Nordeste registrou a maior queda na taxa de escolarização líquida no ensino médio, passando de 65% para 62,5% entre 2022 e 2023. Isso significa que apenas pouco mais de seis em cada dez alunos estão matriculados de acordo com sua idade escolar.

O estudo também revelou que, apesar de um aumento na frequência de crianças de 0 a 3 anos em creches entre 2022 e 2023, esse crescimento foi menor entre crianças negras, destacando a persistente desigualdade racial.

Os dados do IBGE, analisados pelo Observatório, também mostram uma redução na extrema pobreza, mas a desigualdade entre ricos e pobres continua enorme. O 1% mais rico do país teve um rendimento médio mensal 31,2 vezes maior do que os 50% mais pobres em 2023, um aumento em relação a 2022, quando a diferença era de 30,8 vezes.

Como diz o ditado popular, “cachorro magro é quem sofre com as pulgas”. No Brasil, quem mais sofre com as desigualdades são sempre os mesmos grupos historicamente marginalizados.

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