Debate acalorado na Câmara Municipal expõe promessa não cumprida de Daniel Alonso de não privatização do Daem

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Na noite da última quarta-feira (18), uma audiência pública na Câmara Municipal de Marília colocou em evidência uma promessa não cumprida do prefeito Daniel Alonso (PL) durante sua campanha eleitoral. Um vídeo exibido durante a sessão mostrou o prefeito garantindo que não privatizaria o Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) e ressaltando o visível estado de deterioração da instituição como justificativa para o processo.

No entanto, um vídeo gravado em 2016 veio à tona, no qual Daniel Alonso prometia resolver o problema da escassez de água em Marília em dois anos. Infelizmente, uma moradora recentemente compartilhou imagens de uma torneira vazia, demonstrando que a promessa não foi cumprida.

Ricardo Flores, diretor jurídico do Sindimmar (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos do Município de Marília) e servidor do Daem, enfatizou que, em vez de sucateamento, o que ocorre é um desinvestimento velado e intencional para facilitar a privatização do Daem. Ele ressaltou a necessidade de regulação do mercado e a importância de uma agência reguladora. Flores argumentou que é essencial realizar um debate mais profundo com a sociedade civil organizada, em contraste com a abordagem superficial que ocorreu antes do envio do projeto para a Câmara. Ele ainda apontou que o Daem está em um estado de deterioração crescente, com uma equipe de funcionários cada vez mais reduzida. Flores explicou que as constantes falhas em bombas e adutoras são resultado do sistema obsoleto do Daem, no qual apenas a manutenção corretiva é realizada.

O engenheiro Ivan Fiorini recordou que em 2015 e 2016, um processo semelhante foi iniciado para “vender” o Daem. Ele questionou por que o Poder Público não conseguiu garantir o funcionamento mínimo da instituição. Fiorini também ressaltou que uma autarquia tem a capacidade de obter recursos para investimentos por meio de doações ou apoio de deputados, e citou a Fehidro como uma fonte potencial de financiamento. O engenheiro mencionou o exemplo da obra de tratamento de esgoto, que ainda não foi concluída, mas já consumiu mais de R$ 100 milhões. Ele também destacou uma dívida de R$ 6 milhões em energia elétrica que foi submetida à Câmara para aprovação de parcelamento. Essa dívida agora totaliza R$ 17 milhões e está prestes a atingir R$ 36 milhões, que serão pagos em 60 parcelas.

Além do presidente da Casa de Leis, Eduardo Nascimento, que presidiu a audiência pública, estiveram presentes os vereadores Dr. Nechar (PSB), Júnior Féfin (União) e Dr. Elio Ajeka (PP), contribuindo para um debate acalorado e relevante sobre o futuro do Daem em Marília.

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