Crise no Oriente Médio impulsiona alta do dólar e causa forte queda no Ibovespa

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O mercado financeiro global enfrentou impactos significativos nesta quarta-feira (18) devido às crescentes tensões no Oriente Médio, em meio ao conflito entre Israel e o Hamas, que já perdura por 12 dias.

Dólar em Alta e Ibovespa em Queda

O dólar encerrou o dia com uma valorização de 0,37%, atingindo a cotação de R$ 5,0539. Esta alta é atribuída, em grande parte, às preocupações geradas pelas tensões no Oriente Médio, o que tem impulsionado o preço do petróleo. Nas últimas semanas, o dólar acumula uma queda de 0,68% na semana, um aumento de 0,54% no mês e uma redução de 4,25% no ano.

Em contrapartida, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, registrou uma queda firme de 1,60%, encerrando o dia aos 114.060 pontos. Este declínio ocorreu apesar da valorização das empresas exportadoras de petróleo. As ações da Petrobras tiveram um aumento de mais de 2%, em linha com a valorização do petróleo. No entanto, os papéis da Vale, empresa com maior peso no índice, recuaram mais de 3%.

Impactos da Guerra no Oriente Médio

A guerra entre Israel e o Hamas continua exercendo uma forte influência nos negócios globais, com especial preocupação com a possibilidade de outros países do Oriente Médio, uma das principais regiões exportadoras de petróleo do mundo, se envolverem no conflito. O preço do petróleo Brent, contrato de referência global, alcançou US$ 93 por barril, uma alta de mais de 2%. Além disso, o risco de uma escalada do conflito ameaça interromper o fornecimento de petróleo na região, após o Irã pedir a imposição de um embargo petrolífero a Israel.

Após um ataque recente a um hospital no sul da Faixa de Gaza que resultou em centenas de mortos, incluindo crianças, autoridades da Palestina, Jordânia e Egito cancelaram um encontro com o presidente dos EUA, Joe Biden. A tentativa do líder norte-americano de negociar soluções diplomáticas para a guerra no Oriente Médio também enfrentou condenações de outros países árabes.

No entanto, persiste uma disputa sobre a autoria do bombardeio. Autoridades árabes atribuem o ataque a Israel, enquanto o país afirma que foi realizado pela Jihad Islâmica. Essa complexidade nas negociações diplomáticas reflete diretamente no preço do petróleo.

Outros Fatores de Influência

Além da guerra, os investidores também reagiram à divulgação do Livro Bege nos Estados Unidos, que apresentou poucas mudanças em relação à desinflação e ao emprego na economia do país. Há uma expectativa de que os juros norte-americanos permaneçam elevados por mais tempo.

Na China, destaque para o resultado do PIB do terceiro trimestre, que superou as previsões ao alcançar um crescimento de 4,9%, em comparação com a previsão de 4,5% dos analistas.

No Brasil, a agenda econômica apresentou dados mais fracos, com ênfase nos novos números do comércio varejista. As vendas no varejo registraram uma queda de 0,2% em agosto, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No comércio varejista ampliado, que inclui diferentes setores, houve uma queda de 1,3% no mesmo mês.

Analistas ressaltam que o varejo ampliado tem apresentado um comportamento mais volátil, especialmente no segmento de automóveis, impactado pelas medidas governamentais de descontos em veículos novos. Por outro lado, as vendas em hiper e supermercados mostram crescimento resiliente nos últimos meses, impulsionadas pelas deflações em alimentos, que aumentam o poder de compra.

Em resumo, os dados indicam um arrefecimento econômico para o fim do ano, com um balanço de oferta e demanda mais favorável a itens básicos em detrimento de bens duráveis. Nesse contexto, o setor varejista continua com um desempenho modesto e tende a manter essa tendência nos próximos meses.

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