Segundo uma pesquisa feita por uma empresa americana de serviços financeiros, o Brasil é o maior exportador de serviços da América Latina.
O brasileiro, entretanto, nem precisou mudar de país ou mesmo sair de casa para prestar serviço lá fora. Tudo funciona em esquema home office, e os salários que as empresas estrangeiras oferecem ultrapassam o equivalente a R$ 15 mil por mês.
Laura Reina, que trabalhava com eventos, é uma dessas pessoas, ela tinha de tudo para seguir o mesmo rumo que a de milhões de pessoas que ficaram desempregadas durante a pandemia. “Fiquei sem dinheiro, desempregada, dura, comecei a dar aula de inglês, no que eu comecei a dar aula de inglês, comecei a fazer essa carreira que tenho hoje”, afirma. Profissão pouco conhecida: UX Writer, uma espécie de especialista em escrita, que desenvolve textos que aparecem em aplicativos e sites. Em seis meses, Laura foi contratada por uma agência que estreita o contato entre quem presta e quem precisa do serviço.
O Rodrigo, marido da Laura, também trabalha com tecnologia da informação e presta serviços para o exterior. Com a renda dobrada, em plena pandemia, o casal precisou deixar para trás a quitinete onde morava e procurar um lugar maior que oferecesse mais conforto não apenas para morar, mas também para trabalhar.
A pesquisa feita pela empresa americana ainda mostra que oito em cada dez freelancers já começaram ou planejam oferecer os serviços para clientes de outros países. São 25 milhões de brasileiros que fazem isso sem sair de casa. Dentre o total, 46% viram um grande aumento de demanda nos últimos 12 meses e quase 70% aprenderam novas habilidades, como línguas, para exportar o trabalho.
De acordo com Daniel Duque, pesquisador de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), “em diversos países, principalmente desenvolvidos, há uma grande demanda por mão de obra especifica que muitas vezes não é atendida pelo próprio pais”. Os contratos podem chegar a US$ 3 mil por mês, o equivalente a quase R$ 16 mil.
Portugal, França e Alemanha têm os mercados mais atrativos para o Brasil. E a disparada não foi só na modalidade home office. A busca de brasileiros com alta qualificação profissional por visto de permanência para morar nos Estados Unidos bateu recorde neste ano. Foram quase 2 mil (1.983) concedidos a pessoas com habilidades acima da média. No ano passado, o número não chegou a 200.