Mastologista da Unimed Marília, Dr. Wellerson de Aguiar Miranda, responde as dúvidas mais frequentes
Anualmente, no mês de Outubro acontece a ação “Outubro Rosa”, para conscientização da importância do exame para a prevenção do câncer de mama. O diagnóstico precoce salva-vidas.
A Unimed Marília convidou o mastologista, Dr. Wellerson de Aguiar Miranda para responder às dúvidas mais frequentes sobre o tema.
1- Quais os principais fatores de risco para o câncer de mama?
O câncer de mama é uma doença multifatorial e é a que mais mata mulheres no mundo. Esse ano de 2022 são esperados mais de 68.000 casos novos de câncer de mama no Brasil.
Dentre os principais fatores de risco, destacam-se:
Idade: quanto mais idade, maior a chance de desenvolver o câncer de mama.
Irradiação ionizante: na Segunda Guerra Mundial, Nagazaki e Hiroshima, as crianças jovens adolescentes femininas que sobreviveram ao bombardeio, TODAS desenvolveram câncer de mama na vida adulta.
Raça: as mulheres brancas têm risco maior que as mulheres negras e amarelas (Orientais)
História familiar positiva- a presença de membros na família com câncer de mama, aumenta a chance dos parentes, a depender da idade ao diagnóstico, número de parentes afetados e presença de mutação genética(câncer de mama hereditário)
Causas comportamentais que chamamos de “hábitos da vida moderna da mulher”, como: não ter filhos, primeira gestação após os 30 anos; stress; álcool; hormônios , obesidade, sedentarismo, dentre outros.
2- O câncer de mama tem sintomas?
Nessa resposta devo lembrar que o câncer de mama é “silencioso” em sua maioria. Dentre as manifestações, ele pode aparecer das seguintes formas:
a) Nódulo, ou caroço, tanto nas mamas, quanto na axila.
b) Retração na pele
c) Inversão papilar: o mamilo pode “entrar para dentro”
d) Saída de secreção sanguinolenta ou em “água de rocha” do mamilo
e) Vermelhidão e espessamento da mama – aspecto de casca de laranja
3- Quem deve procurar o mastologista?
Pacientes de alto risco- com história familiar; pacientes que querem saber o “seu risco” de câncer de mama hereditário; pacientes com diagnóstico de câncer de mama, ou de lesões precursoras de risco; mastalgia (dor nas mamas), etc. Via de regra, o médico da mulher é o ginecologista, então a rotina ginecológica deve ser mantida. Mulheres com algum sinal diferente em suas mamas, podem procurar o ginecologista ou clínico geral e, esses, se perceberem algo de mais sério ou suspeito, encaminharão para o Mastologista.
4- O autoexame é uma prevenção?
De certa forma sim! Em torno de 40% dos diagnósticos de câncer de mama no mundo são feitos pela mulher. Ou seja, pelo fato de se auto-examinar rotineiramente, ao perceber qualquer coisa diferente, que não havia antes, ela vai procurar o mastologista e , através do exame físico adequado e de exames de diagnóstico, poderá confirmar ou afastar a possibilidade de doença.
A grande crítica sobre o “autoexame” é que provavelmente a mulher perceberá lesões maiores que 2 cm, quando já não é mais considerado diagnóstico inicial, ou seja, prejudicando a chance de cura.
5- As mulheres após os 40 anos precisam fazer a mamografia todos os anos e mulheres com idades inferiores? Qual a forma de prevenção?
Mulheres, a partir dos 50 anos, devem fazer mamografias anuais.
Mulheres entre 40 e 50 anos, com história familiar positiva, também devem fazer mamografias anuais; se história negativa, então mamografias a cada 2 anos nesse período.
Mulheres jovens, antes dos 40 anos, devem, normalmente fazer seu rastreamento com Ultrassonografia de mamas; eventualmente, se houver alguma suspeita de imagem, se usuárias de próteses, ou também com história familiar positiva, elas poderão se beneficiar da Ressonância Nuclear Magnética.
6- O câncer de mama também afeta os homens? Qual a diferença no câncer das mulheres?
Sim, os homens também podem desenvolver o câncer de mama. Diagnóstico, tratamento e prognóstico (chance de cura e sobrevida) absolutamente iguais. A principal diferença é que o Câncer de mama masculino está associada a presença de mutação genética – câncer hereditário; ou seja as filhas, irmãs e netas dele devem ser orientadas no sentido de exames de pesquisa de mutação genética para devida orientação e segmento.
7- Rotina de vida saudável reduz o risco?
Sem dúvida alguma. Tivemos um trabalho publicado recentemente na “The Lancet” , uma importante revista científica, mostrando que atividade física regular e alimentação saudável podem reduzir em até 40% do risco de câncer de mama.
8- Como funciona o tratamento?
O tratamento está diretamente relacionado ao tamanho do tumor, ou seja, tumores pequenos: cirurgias conservadoras, menos agressivas, com maior chance de cura ; tumores maiores: com necessidade de mastectomias e com menor chance de cura. A complementação do tratamento com quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e imunoterapia vai depender de subtipos de tumores, tamanho e estadiamento clínico (se o tumor está localizado na mama, ou se “espalhou”- metástases)
9- Um conselho para as mulheres?
Mulheres, o câncer de mama tem cura! Os exames de rastreamento se fazem importantes na busca pelo diagnóstico precoce, quando se minimizam os tratamentos e maximizam as chances de sobrevida! Vivam plenamente com hábitos saudáveis e com amor!
10- Qual a importância do Outubro Rosa?
A importância fundamental do Outubro Rosa é que consiste em um mês de conscientização e divulgação do conhecimento sobre o câncer de mama. Através da mídia, alertar a mulher sobre a importância do diagnóstico precoce! Quanto antes, melhor!
Ao perceber algum sintoma, procure um médico especialista.
www.unimed.coop.br/site/web/marilia/guia-medico