MARÍLIA COMEMORA SEUS 93 ANOS! CONHEÇA UM POUCO DE SUA HISTÓRIA!

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Nesta segunda-feira (4) Marília comemora seus 93 anos. Hoje as 8h houve o hasteamento das bandeiras de Marília, do Estado de São Paulo e do Brasil, no Paço Municipal. O ato cívico teve a participação do Tiro de Guerra e da Banda Marcial.

Neste ano ainda não volta a ser realizado o tradicional desfile, que foi suspenso desde o início da pandemia.

A estação ferroviária de Marília foi aberta como ponta de linha do então Ramal de Agudos no final de 1928. A estação deveria ter a letra “M”, no alfabeto da Paulista. Quem sugeriu o nome da estação não foi o diretor da Cia. Paulista, Adolfo Pinto, que havia indicado Marathona, Macau e Mogúncia, mas sim o então deputado Bento de Abreu Sampaio Vidal, que possuía muitas terras na região. Ele não gostou dos nomes e, numa viagem de navio à Europa, lendo o livro “Marília de Dirceu”, de Thomáz Antônio Gonzaga, teve a idéia de sugerir o nome de Marília, que foi prontamente aceito. Já existia aqui então uma vila, chamada de Alto Cafezal.

Marília então assistiu a chegada do primeiro trem no dia 1º de Maio de 1928, às 11h19. O jornal Correio de Marília, que foi o primeiro veículo de comunicação impresso da cidade, vinha divulgando com efervescência em suas edições históricas o tal fato, o que aumentava ainda mais a expectativa da população.

Quando a locomotiva com 13 vagões da Companhia Paulista entrou apitando na plataforma, uma bateria de rojões dava as boas-vindas aos visitantes, em meio a bandas tocando o Hino Nacional e aos automóveis que ali estavam, buzinando e fazendo festa junto as crianças e suas bandeirinhas.

Alguns anos depois, chegaram os migrantes nordestinos e imigrantes portugueses, espanhóis, italianos, japoneses, sírios e libaneses, todos com o sonho de construir uma cidade bela e viver dignamente com suas famílias.

Marília também contribuiu para a história construindo a primeira rodoviária do Brasil. Na época de sua fundação, a cidade concentrava grande parte do transporte rodoviário do Estado, o que levou a administração a tomar uma decisão inédita no Brasil: criar uma estação rodoviária.

Conforme relatado no livro “Marília, sua terra, sua gente”, do historiador Paulo Corrêa de Lara, a rodoviária começou a ser construída em 1937, pois as escrituras dos terrenos por ela ocupados, são datadas de 1938, constando que a adquirente, Estação Rodoviária de Marília Ltda. já tinha construído nos terrenos do Dr. Mário Albuquerque Lima e sua esposa, um prédio assobradado, oval, com onze cômodos, dois banheiros e garagem coberta, edificações que foram depois ampliadas.

A primeira rodoviária de Marília localizava-se na confluência da então Avenida Barão de Mauá (atual Avenida Tancredo Neves) com a Rua Espírito Santo (atual Rua Armando Salles de Oliveira), onde está hoje o estacionamento do Torra Torra.

A segunda rodoviária de Marília foi construída na gestão do prefeito Theobaldo de Oliveira Lyrio (77/82) e ficava na Rua 24 de Dezembro (atual faculdade Unip). Plataformas baixas e estreitas impediam a entrada de ônibus modernos, já na década de 90.

A terceira e atual rodoviária fica no final da Rua Carlos Artêncio, na Zona Sul da cidade e foi construída pelo Prefeito Abelardo Camarinha.

Antes da criação das estações rodoviárias, as residências de passageiros, hotéis e outros pontos importantes das cidades eram utilizados para o embarque e desembarque de passageiros. Até que surgiram as rodoviárias, locais específicos para essas atividades, com guichês de vendas de passagens e serviços, como lanchonetes, bancas de jornais e pequenas lojas.

Outra curiosidade da cidade é sobre Kanji Inoki, um ex-boia fria que virou senador do Japão. Kanji Inoki nasceu em 1943 no Japão, na cidade de Yokohama. Perdeu seu pai ainda criança e aos 14 anos e veio ao Brasil com sua família trabalhar numa fazenda de café.

A viagem não foi tranqüila. Seu avô adoecera e veio a falecer antes de chegar ao Brasil. Após trabalhar um ano e meio em São Paulo, se mudou para Marília onde existiam plantações de algodão.

Kanji era um garoto muito alto e forte se comparado aos seus conterrâneos, que eram baixinhos. Já tinha quase 1,90m nessa época e começou a se destacar em campeonatos regionais de arremesso de disco.

Foi por ganhar uma dessas competições que foi notícia num jornal, cujo um dos exemplares chegou às mãos de Rikidozan, um coreano naturalizado japonês que estava fazendo muito sucesso como lutador profissional e que estava de passagem pelo Brasil. Rikidozan se impressionou com o porte de Kanji e resolveu vir ao seu encontro, em Marília.

Acabou levando o garoto para o Japão. Lá, Kanji adotou um novo nome: Antônio, em homenagem a outro lutador lendário da época, Antônio Rocca.

Sua estréia foi em 1960. Como lutador, Inoki revolucionou a luta livre japonesa e mundial. Ganhou todos os campeonatos possíveis nas categorias individual e duplas. No Brasil, algumas de suas lutas podiam ser vistas no programa Imagens do Japão. Kanji desafiou e venceu lutadores de várias modalidades, como o campeão de judô holandês William Ruska, que havia ganhado medalha de ouro nas Olimpíadas de Monique.

Sua luta mais importante foi em junho de 1976. Ele desafiou o campeão mundial dos pesos-pesados, Muhammad Ali, no auge da carreira. Foram 15 rounds entediantes. Inoki se limitou a dar chutes baixos nas pernas de Ali, enquanto este soltou apenas uma dúzia de socos durante a luta toda. O empate foi justo. Após a luta, Inoki alegou que Ali, após ver um treino, se impressionou com seus golpes de torções e chutes na altura da cabeça e pediu para impor regras que os proibissem. Jornais estamparam foto de Mohhamad Ali com a perna direita enfaixada, machucada devido aos golpes de Inoki.

Ele se tornou cada vez mais popular no Japão e em 1989, quando começava a se distanciar dos ringues, conquistou uma nova façanha: foi eleito senador. Durante seu mandato, colocou em pauta temas como a paz no Oriente e realizou visitas a Coréia do Norte e Iraque (onde negociou com a família de Saddam Hussein a libertação de prisioneiros japoneses) e a ecologia.

A carreira política foi interrompida em 1995 após uma série de acusações, das quais foi inocentado. Em 2013, retornou à Câmara dos Conselheiros pelo Partido pela Restauração do Japão, onde permanece. Apesar de não ser brasileiro, diz que seu espírito guerreiro nasceu aqui, onde inclusive continuam morando dois irmãos e duas irmãs que não voltaram para o Japão.

Marília, hoje conhecida como capital do alimento, é berço de importantes empresas com a TAM, a Sasazaki e o Bradesco. Sua antigas plantações deram lugar às universidades Univem, Unesp e Unimar, e a vocação da cidade se voltou para as indústrias.

Nestlé, Marilan, Harald e Dori figuram entre as principais empresas do setor alimentício, que se transformou na maior empregadora da região, com uma oferta 20% superior à média nacional. 

É importante notar que Marília abriga atualmente 15 mil universitários, a maioria vinda de outras cidades.

Esse contingente gera um impacto significativo na economia local. Além disso, esses alunos se tornam objeto de desejo das empresas que buscam cidades para se instalar com mão-de-obra qualificada.

Marília ainda conta com 5 hospitais e 1 maternidade. A cidade é servida por inúmeras clínicas, empresas de diagnósticos e lojas de produtos hospitalares e se destaca pela reconhecida excelência na Medicina de alta complexidade, seja em função de sua estrutura hospitalar, do rol de profissionais que aqui exercem suas atividades ou da presença de instituições de ensino renomadas como a Faculdade de Medicina de Marília (Famema), cursos da saúde da UNESP (universidade do Estado de São Paulo) e da UNIMAR (Universidade de Marília), que possui um dos maiores hospitais universitários do país com 15.000 m2 de área construída e mais de 140 leitos.

Marília é uma cidade pujante, que cresceu com a força de seu povo obreiro e virtuoso, empresários, profissionais liberais, seu povo trabalhador que são os responsáveis pelo que a cidade representa em seu desenvolvimento aos seu 93 anos.

PARABÉNS MARÍLIA.

OBRIGADO TAMBÉM AOS NOSSOS COLABORADORES QUE ATUAM DIARIAMENTE TRANSFORMANDO A CIDADE EM UM LOCAL MELHOR PARA SE VIVER!

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