O caso aconteceu na maternidade Santa Isabel em Bauru. Uma mulher de 44 anos, de Lençóis Paulista, foi internada para remoção de um cisto no ovário, porém teve seu intestino perfurado.
A família registrou a denúncia de erro médico na Polícia Civil em Bauru. A mulher morreu devido às complicações na manhã desta segunda-feira (10).
Andréa Patrícia Alves, estava internada no Hospital de Base desde o início de dezembro. O corpo de Andréa foi velado na noite desta segunda-feira, após passar por exame necroscópico.
O sepultamento está marcado para esta terça-feira (11) as 13 horas no cemitério de Lençóis Paulista.
De acordo com informações passadas pelo marido da vítima e sua irmã, Andréa aguardou dois anos na fila do SUS para uma cirurgia de retirada de um cisto no ovário e quando foi chamada o médico disse que não encontrou nada durante o procedimento.
A cirurgia aconteceu no dia 30 de novembro na Maternidade Santa Isabel. O ginecologista colocou um dreno em Andrea e a liberou no dia seguinte. Porém de acordo com o marido ela não estava bem.
“Ele falou que num tinha cisto e só tirou a aderência e que se ela tivesse bem no outro dia, conseguindo caminhar e fosse ao banheiro, ela estaria de alta. Mas no outro dia a enfermeira tentou tirar o dreno e não conseguiu, chamou uma médica que também não conseguiu. Foi quando disseram que ela teria que ir para o centro cirúrgico novamente”, conta.
Após dias com febres e dores, a paciente precisou ser levada para uma unidade de saúde. Então ela foi encaminhada para o Hospital de Base em Bauru onde passou por uma cirurgia.
De acordo com a ficha preenchida pelo médico no Hospital de Base, Andrea tinha o intestino perfurado.
O médico acusado pela família, Pedro Tobias, disse que atendeu Andréa e não encontrou nenhum cisto, e a liberou pois estava bem e sem reclamações.
“Dei alta porque ela estava bem, não reclamou de nada. A única dificuldade foi a retirada do dreno que a enfermeira me chamou e eu retirei e ela foi para casa”, afirmou o médico naquela ocasião.
O médico ainda disse que a perfuração no intestino pode ter acontecido por complicações do quadro da paciente, depois que ela passou pelo primeiro procedimento.
”Perfuração significa fístula e como aconteceu que é o ‘X’ da questão, porque é intestino grosso e ele é não superficial. Pode ter sido no exame, na aderência dela, mas não é reconhecido que tenha sido algum erro nosso, pode ser do quadro da doença dela e se eu soubesse não teria deixado isso acontecer.”
Um boletim de ocorrência foi registrado pelo marido de Andréa e a Polícia Civil instaurou um inquérito.
“Vamos ouvir os enfermeiros, já solicitamos informações clínicas e encaminhamos solicitações para o Instituto de Criminalística e ao final vamos ouvir os médicos envolvidos no suposto erro”, disse o delegado Dinair José da Silva.
Em nota, a maternidade Santa Isabel informou em dezembro que Andréa deu entrada na unidade no dia 30 de novembro para passar por uma cirurgia e que durante o procedimento foi detectada a necessidade de “uma intervenção mais complexa”.
Ainda de acordo com o hospital a paciente recebeu alta no dia 2 de dezembro em bom estado de saúde.
