O trabalho que já era cansativo ficou ainda mais desgastante, o número de contaminados e internados em UTIs pela pandemia de Covid-19 não deixa de crescer. São vidas em jogo e os profissionais de saúde estão exaustos.
No HCFAMEMA, os profissionais realizavam turnos de 6 horas sem intervalo dentro das UTIs Covid, com o aumento dos casos e ampliação do número de leitos a jornada de trabalho tem se estendido até 12 horas dentro da UTI Covid, com a realização de pequenos intervalos.
Enquanto o número de casos aumenta, o número de profissionais capacitados diminuiu, isso porque muitos se desligaram das funções na ala exclusiva. A média de demissões de enfermeiros mais que dobrou de 2019 para 2021, com os médicos o índice de desligamento é de 130%.
Para a superintendente do HCFAMEMA, Paloma Libanio, muitas são as justificativas, porém o cansaço físico, o desgaste emocional, a dificuldade em lidar com pacientes em estado tão grave, o medo de não dar conta e não conseguir fazer o suficiente pelo seu paciente estão entre os principais motivos.
O profissional que decide ficar, tem todo suporte por parte do hospital, como apoio psicológico e possibilidade de transferências de alas dentro do próprio hospital.
Há também dificuldade em realizar novas contratações para ala de atendimento exclusivo para pacientes com Covid-19. Paloma ressalta que os profissionais que contratados, tem sido capacitados para atender a estes pacientes com qualidade, mas que se preocupa que a ausência de profissionais no mercado possa acabar impactando em algum momento.