Uma discussão que começou com uma simples pipa — brincadeira que deveria ser inocente e divertida — terminou em morte, fuga e prisão no interior de São Paulo. Como diz o ditado, “onde passa vento, pode vir tempestade”, e foi exatamente isso que aconteceu no Jardim Vitória, em Bauru (SP), onde uma desavença banal acabou se transformando em mais um capítulo triste da violência cotidiana.
A Polícia Civil prendeu, na manhã desta terça-feira (11), em uma chácara na zona rural de Arealva, o homem de 39 anos suspeito de executar o próprio vizinho com um tiro no pescoço. O crime havia ocorrido em julho, após uma briga envolvendo crianças e adolescentes que empinavam pipa.
Segundo a Delegacia de Investigações de Homicídios (DEIC), o suspeito se irritou ao ver que a linha da pipa de seu filho teria sido cortada. A discussão esquentou, o clima pesou e, antes que alguém pudesse apaziguar, o agressor saiu do local cuspindo ameaça: vingança.
E ela veio — rápida. Cerca de 20 minutos depois, ele retornou armado, agrediu a vítima com um pedaço de madeira e, sem chance de defesa, disparou à queima-roupa no pescoço do vizinho, que morreu ali mesmo, diante de todos.
Depois disso, desapareceu.
Mas não por muito tempo.
Dias de monitoramento e uma prisão cirúrgica
Durante a investigação, as equipes da DEIC, com apoio do GOE da Delegacia de Arealva, descobriram que o fugitivo estava escondido em uma chácara na zona rural. Monitoramento silencioso, estratégia e precisão garantiram o cumprimento do mandado de prisão temporária.
No local, os policiais também apreenderam uma espingarda. O homem confessou o crime, mas tentou se defender alegando que teria atirado porque a arma seria da vítima — tese que agora será analisada pelo Judiciário.
Com passagens anteriores por tráfico de drogas e roubo, o suspeito foi encaminhado à cadeia de Avaí, onde permanece aguardando audiência de custódia.
Comentário do JP Jornal O Popular
Histórias como essa reforçam uma lição dura: quando a violência dita o rumo de uma discussão, a vida é sempre quem paga a conta. Uma pipa, brinquedo que deveria colorir o céu, acabou envolvida em uma tragédia que escureceu famílias inteiras. Cabe à sociedade — e às instituições — seguir firme no combate à banalização dos conflitos e na defesa da vida.
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