“Foi como um incêndio que começou em silêncio, mas terminou em gritos de socorro.”
Uma cena marcada pela dor e pela luta contra o tempo chegou ao fim nesta sexta-feira (3), em Marília (SP). Camila de Oliveira Caramatti, de apenas 33 anos, moradora do bairro Figueirinha e funcionária do posto de combustíveis do supermercado Atacadão, não resistiu às graves queimaduras sofridas após um ato desesperado e faleceu durante a manhã, vítima de uma parada cardíaca.
O caso
Duas semanas atrás, Camila foi ao banheiro do posto onde trabalhava. Ali, em um gesto extremo, despejou álcool sobre o corpo e ateou fogo. As chamas se espalharam violentamente e ela saiu em desespero pedindo ajuda, já tomada pelo fogo. Colegas de trabalho tentaram socorrê-la, mas as chamas consumiram grande parte de seu corpo.
Levado às pressas ao hospital, o caso de Camila mobilizou médicos, que a mantiveram em coma induzido durante os dias de internação. Mas, nesta sexta, o quadro agravou-se e uma parada cardíaca interrompeu sua luta pela vida.
O drama silencioso
Segundo informações obtidas pelo JP Jornal O Popular, Camila já havia tentado tirar a própria vida outras três vezes. Lutava contra a depressão, uma doença silenciosa que, muitas vezes, não grita — apenas sufoca por dentro. Casada e mãe de duas crianças, uma menina de 12 anos e um menino de 7, deixa para trás uma família em dor e um alerta para toda a sociedade: é preciso falar sobre saúde mental antes que o silêncio se torne tragédia.
Velório e sepultamento
Velório: 03/10/2025, às 17h, Sala 03 – Avenida da Saudade, nº 815
Sepultamento: 04/10/2025, às 10h30 – Cemitério da Saudade, Marília (SP)
Reflexo da realidade
“Quem vê cara não vê coração.” Por trás de um sorriso pode existir um abismo. A história de Camila é um chamado para que olhemos ao redor e estendamos a mão antes que seja tarde demais. Em tempos em que a correria do dia a dia nos cega, lembrar que um simples gesto de atenção pode salvar vidas nunca foi tão necessário.
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Comentário do JP Jornal O Popular:
Essa tragédia escancara a urgência de políticas públicas eficazes para saúde mental, bem como a importância da empatia no dia a dia. A dor de Camila agora é silêncio, mas o grito que ela deixou ecoa em todos nós.
O JP Jornal O Popular manifesta sua solidariedade e profundo pesar aos familiares e amigos de Camila, moradora do bairro Figueirinha, neste momento de imensa dor. Que Deus conforte cada coração e dê forças para suportar essa perda irreparável.
Se você ou alguém que você conhece está passando por momentos difíceis, não hesite em procurar ajuda. O CVV – Centro de Valorização da Vida – atende gratuitamente pelo telefone 188, 24 horas por dia.