“Quem planta vento, colhe tempestade” – e parece que a ventania chegou forte em Brasília.
A manhã desta sexta-feira, 18 de julho, começou quente no Planalto Central. A Polícia Federal bateu à porta de ninguém menos que Jair Bolsonaro. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do ex-presidente e também no escritório dele, no coração do Partido Liberal (PL). Tudo autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dentro da Petição 14.129, que corre sob sigilo.
Segundo informações preliminares, os federais teriam apreendido cerca de US$ 14 mil em espécie e o celular pessoal do ex-presidente. Mas a bomba maior veio na lista de medidas cautelares impostas pelo STF:
- Tornozeleira eletrônica obrigatória
- Proibição de usar redes sociais
- Proibição de contato com outros investigados (inclusive os filhos Eduardo e Carlos)
- Recolhimento noturno das 19h às 7h
- Proibição de entrar em embaixadas ou manter contato com embaixadores
Essas medidas ocorrem em meio a uma crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos. O presidente norte-americano Donald Trump, em carta com timbre da Casa Branca, classificou o tratamento dado a Bolsonaro como “injusto” e ameaçou retaliar o Brasil com taxas de 50% sobre exportações, caso o processo contra seu aliado político não seja encerrado. Em resposta, Lula não titubeou: chamou a ameaça de chantagem e reforçou que o Brasil “não se curva, nem se vende”.
Réu no STF e À Beira do Julgamento
Bolsonaro também é réu no STF, acusado de chefiar um grupo criminoso que tentou aplicar um golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente atuou diretamente para deslegitimar o sistema eleitoral e mobilizar atos antidemocráticos.
A ação penal (AP 2.668) está na fase final. Na última segunda-feira (14), a PGR apresentou as alegações finais pedindo a condenação de Bolsonaro, com base nos crimes de:
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Tentativa de golpe de Estado
- Dano qualificado contra o patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
O cerco se fecha. A política brasileira, que nunca foi novela mexicana, agora beira o thriller político internacional. A pergunta que fica no ar é: o mito virou refém de suas próprias narrativas?
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