Por Alan Teixeira | JP Jornal O Popular
A violência contra mulheres e meninas atingiu níveis alarmantes em 2024. Segundo o Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgado pelo Ministério da Justiça, o Brasil registrou 1.459 feminicídios, a maior marca da série histórica. Isso significa que, por dia, quatro mulheres perderam a vida simplesmente por serem mulheres.
Se já não bastasse, os estupros também explodiram: 83.114 casos — ou seja, 227 por dia. A cada hora, quase 10 vítimas. E o mais triste: 86% das vítimas são do sexo feminino, muitas delas crianças e adolescentes.
“Em briga de marido e mulher, a gente mete a colher, sim”, já dizia o povo. E é essa a atitude que a sociedade precisa tomar: romper o silêncio e combater a cultura de violência. Porque se nada for feito, a conta não fecha. O sangue das nossas filhas, mães, irmãs e amigas continuará sendo derramado.
Mas não basta se indignar. É preciso agir. Veja abaixo cinco passos simples que podem salvar vidas — e que você pode colocar em prática ainda hoje.
1️⃣ Escute e acolha sem julgar
Quando uma mulher decide falar, ela não quer atenção, ela quer ajuda. Ouvir, acreditar e acolher já é um ato de resistência. Evite julgar, comparar ou minimizar. O que parece pouco para você, pode ser o inferno na vida dela.
“A palavra da vítima tem valor. Muitas vezes, esse é o primeiro passo para romper o ciclo da violência”, lembra o sociólogo Rodrigo Ghiringhelli.
2️⃣ Ajude a registrar o boletim de ocorrência
Denúncia salva. Ao saber de uma agressão, oriente e acompanhe a vítima até uma Delegacia da Mulher. Se não houver, qualquer delegacia serve. Ligar para o 180 ou o 190 também pode fazer a diferença.
“Se possível, vá junto. A rede de apoio faz toda a diferença”, aconselha o irmão Sandro André Bobrzyk, dos Maristas.
3️⃣ Ofereça apoio psicológico
Feridas emocionais também matam. A violência muitas vezes é praticada por quem a mulher ama. Acolhimento psicológico pode ser crucial. Locais como a Casa da Mulher Brasileira oferecem suporte emocional gratuito e especializado.
“A violência contra mulheres é, muitas vezes, consequência de crises masculinas mal resolvidas. O apoio deve vir para todos os lados”, afirma Rodrigo.
4️⃣ Fique de olho nos espaços virtuais
A violência migrou também para as redes. Grupos machistas, incels e masculinistas estão doutrinando adolescentes e adultos para a prática da violência. Denuncie páginas e perfis que incentivem esse tipo de discurso.
“Não é mimimi, é uma bomba-relógio. Esses discursos alimentam o ódio e o desejo de controle sobre o corpo e a liberdade da mulher”, alerta o sociólogo.
5️⃣ Informe-se e multiplique
Quem sabe mais, protege melhor. Leia, ouça, converse. Entender o que é violência ajuda a reconhecer os sinais, a agir com responsabilidade e a não ser cúmplice pelo silêncio.
“É com o conhecimento que rompemos ciclos e criamos um mundo mais justo”, afirma Irmão Sandro.
O que diz o JP Jornal O Popular:
“A violência contra a mulher não pode ser normalizada nem esquecida. Dizer que ‘sempre foi assim’ é empurrar a vítima para o abismo. O JP Jornal O Popular reforça o compromisso de dar voz, visibilidade e acolhimento às mulheres que sofrem em silêncio. Violência não tem desculpa. Tem denúncia.”
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