Fraude na Cota de Gênero Agita Bastidores Políticos em Marília: Candidata Confessa e Presidente de Partido Pode Ser Punido

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Por Redação JP Jornal O Popular – Marília/SP

Como diz o ditado, “mentira tem perna curta” — e parece que em ano eleitoral, ela corre menos ainda. A Justiça Eleitoral da 70ª Zona de Marília está prestes a bater o martelo em um caso cabeludo envolvendo o Partido Mobiliza e uma candidata “fantasma”. O Ministério Público Eleitoral concluiu que houve fraude na cota de gênero, um dos pilares da participação democrática nas eleições.

A denúncia foi feita por José Carlos Albuquerque, candidato a vereador que não engoliu calado o que considerou uma armação. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) aponta que Juliana Ferreira do Nascimento, candidata do Mobiliza, pediu o boné ainda no nascedouro da campanha — mas só agora veio a público confirmar que sua candidatura era de fachada.

Segundo apurado, Juliana estava trabalhando como motorista de aplicativo em Florianópolis (SC) durante todo o período eleitoral de 2024, não compareceu a eventos políticos, não fez campanha, não votou e sequer justificou sua ausência nas urnas. Isso mesmo: enquanto o povo suava a camisa pra correr atrás de voto, ela estava longe, pé no freio.

A cereja do bolo foi a declaração pública lavrada em cartório, onde a própria candidata confessou que “só pediu o registro” e teve vergonha de comunicar ao partido que não participaria da eleição. Disse ainda que foi orientada por outros candidatos a não pedir a baixa, com medo de gerar confusão interna. Pois bem, gerou foi uma baita confusão judicial.

E agora, como fica? O MP concluiu que houve sim fraude à cota de gênero, exigida por lei para garantir que ao menos 30% das candidaturas sejam de mulheres. E como o partido registrou o número mínimo obrigatório de candidatas femininas, a ausência de campanha efetiva de Juliana bagunçou o coreto todo.

O promotor Isauro Pigozzi Filho foi direto: recomendou a cassação do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) do partido, a inelegibilidade do presidente do partido Sandro Eduardo Espadoto, e ainda pediu a anulação dos votos recebidos pela legenda. Em outras palavras: quem planta vento, colhe tempestade.

O caso é mais um alerta para a velha prática de “preencher lista com qualquer nome só pra bater a cota”, como se a participação da mulher na política fosse enfeite de bolo. E como diz o povo, uma mentira pode até começar a corrida, mas a verdade é quem cruza a linha de chegada.

Comentário JP Jornal O Popular:
A democracia exige respeito às regras, não só no discurso, mas também na prática. O que se viu nesse caso foi o uso indevido de uma política pública fundamental: a cota de gênero. Que sirva de lição. A mulher na política é força, não fachada.

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