O adeus ao homem mais velho do mundo: John Tinniswood, um século de histórias e lições de vida
Na última segunda-feira (25), a Inglaterra perdeu um de seus maiores testemunhos vivos da história moderna. John Alfred Tinniswood, reconhecido como o homem mais velho do mundo, faleceu aos 112 anos, deixando um legado de sabedoria, resiliência e simplicidade. “Quem viveu tanto, viu o mundo mudar mais de mil maneiras”, dizem, e John foi a prova viva disso. Ele acompanhou dois conflitos mundiais, a ascensão da tecnologia e a passagem de 27 primeiros-ministros britânicos.
Nascido em Liverpool, em 26 de agosto de 1912, John vivenciou as duas Grandes Guerras. Na Segunda, atuou na administração do Corpo de Pagamento do Exército, tornando-se o veterano sobrevivente mais velho desse período. “A vida é como uma guerra: o segredo está em saber escolher as batalhas que valem a pena”, costumava dizer.
A longevidade de John impressionava não apenas pelo tempo vivido, mas pela forma simples com que encarava a vida. Ele nunca fumou, raramente bebia, e sua dieta estava longe de ser rigorosa. Nas sextas-feiras, ele mantinha um ritual peculiar: saboreava um clássico peixe com batata frita. Para ele, a longevidade era resultado de “pura sorte”, embora muitos diriam que sua moderação e bom humor tinham algo a ver com isso. Afinal, “quem planta equilíbrio, colhe saúde”.
Desde que completou 100 anos, John recebia cartões de aniversário da rainha Elizabeth II, um marco que celebrava sua história e sua resistência. Em 2020, ele tornou-se o homem mais velho do Reino Unido e, em abril de 2024, assumiu o posto de homem mais velho do mundo após a morte do venezuelano Juan Vicente Pérez, de 114 anos.
John deixa sua filha Susan, quatro netos e três bisnetos, além de uma lacuna na história viva que ele representava. Sua esposa, Blodwen, faleceu em 1986, aos 44 anos, e ele nunca se casou novamente. “O tempo passa, mas as boas lembranças permanecem como perfume no vento”, dizia ele, refletindo sobre as saudades que a vida longa inevitavelmente traz.
Com a morte de John, o mundo não perde apenas um recordista, mas um exemplo de que, muitas vezes, o segredo de uma vida bem vivida está na simplicidade e na gratidão pelo que se tem. Como o próprio Tinniswood provou, “quem vive com leveza, carrega menos peso no coração”.
JP Jornal O Popular
“O que fica não é apenas o número de anos vividos, mas as histórias contadas e as lições deixadas. O tempo é um tesouro; John nos mostrou como aproveitá-lo com sabedoria.”
