Nos últimos três anos o número de casos de afastamento do trabalho devido à doenças mentais aumentou em 50%. São casos como o de Raíza Rodrigues, que iniciou sua vida profissional aos 23 anos, mas passou por problemas pessoais seríssimos, entre eles o falecimento do pai. Depois, o isolamento na pandemia e, por fim, a auto-cobrança por resultados no trabalho, prejudicaram sua saúde mental.
“Eu tenho diagnóstico de depressão, transtorno de ansiedade generalizado grave e transtorno de estresse pós traumático”, diz a assessora de imprensa que também revelou que precisou ser afastada do trabalho duas vezes.
Em 2022, o número de licenças médicas, relacionadas a quadros de ansiedade, concedidas pelo INSS aumentou 53% em relação a 2019. Para diagnósticos mistos de ansiedade e depressão, a alta foi de quase 19%
De acordo com o médico psiquiatra Cyro Masci, abalos emocionais dificultam as atividades profissionais e sociais e agravam o quadro de saúde.
“O paciente entra num ciclo vicioso perverso de não realização. E essa não realização leva à depressão, leva a um sentimento de impotência, de desamparo. Os melhores resultados para o tratamento de ansiedade são os antidepressivos e algumas formas de psicoterapia”, orienta o psiquiatra.
Uma seguradora, em São Paulo, oferece aos 200 funcionários um programa de ajuda psicológica, jurídica e financeira, que inclui os dependentes. Tudo para evitar que questões pessoais afetem a saúde mental e o desempenho do trabalhador.
Segundo a coordenadora Juliana Begnani, não há histórico de afastamento na empresa. Ela explica que “pode observar um nível de engajamento melhor dos colaboradores e das próprias famílias”.