A Lei Municipal 8403/2019, de autoria do vereador Evandro Galete, com a colaboração do Grupo Regional de Astronomia de Marília (www.grama.org.br), tem o objetivo promover palestras, conferências, feiras de ciências e outros eventos científicos, além de atividades culturais como mostras, concursos, exposições e eventos de observação do céu com telescópios.
O intuito do projeto é conscientizar a população sobre esse acontecimento que faz parte do patrimônio histórico da cidade.
O Sastrom (Sistema Astronômico de Marília) lançou uma página com relato histórico, imagens e detalhes para marcar os 50 anos da queda do Meteorito Marília, um conjunto de fragmentos estudado por especialistas e divulgado em nove museus do Brasil, Estados Unidos, Itália e Inglaterra.
A queda do meteorito na cidade de Marília ocorreu entre 17h e 17h30 no dia 5 de outubro de 1971, uma terça-feira. Vários fragmentos ficaram espalhados por pelo menos sete pontos da cidade, como a rua São Carlos, no centro, e na zona sul da cidade e Distrito de Lácio.
Gomes & Keil (1980) listaram o destino de 1672 g dos fragmentos do meteorito Marília, considerando as coleções de museus nacionais e estrangeiros. No Brasil, o maior fragmento pesando 780g permanece com o professor Avanzo e está em empréstimo ao Instituto de Geociências da UFBA (Figura 1).
Para o Instituto de Geociências da USP são citados 10 fragmentos totalizando 610 g, contudo atualmente há apenas um fragmento no acervo do Museu de Geociências pesando 351,21g, (mostrado na Figura 6). Um fragmento não listado nesse trabalho, pesando cerca de 30g, está exposto no Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert na UNESP – Rio Claro, tendo sido doado diretamente pelo Prof. Avanzo. Dois pequenos fragmentos também estão presentes na coleção do Museu Municipal Tancredo Fernandes de Mello em Santa Vitória do Palmar – RS, doados por José Maria Monzon Pereira.
Além desses, vários fragmentos pequenos estão em coleções particulares brasileiras como as de: Alessandro Takeda, AM Meteorites – André Moutinho, Edgar Indalecio Smaniotto, Emanuel Foglietto, Gabriel Gonçalves Silva, José Carlos de Medeiros Júnior, Rodrigo Guerra, Suzanne De Paula (Meteoritical Bulletin Database, 2021).
Provavelmente todos os fragmentos das coleções particulares listadas e a do Museu Municipal Tancredo Fernandes de Mello vieram do único fragmento de cerca de 99g, de procedência do Sr. Frodolino Osman (Figura 4) que foi então comprado pelo colecionador e comerciante José Maria Monzon Pereira.
Uma amostra, também vinda deste fragmento, pesando 1,1g foi doada para o Grupo Regional de Astronomia de Marília (GRAMA) para ficar permanentemente em exposição na cidade. Por fim, além desses, há espécimes preservados por curiosos da época da queda, como do Sr. Albertino Zukeiran, que ainda possui um total de 9 fragmentos com peso total estimado em 19,7g.
Fora do Brasil, fragmentos do meteorito Marília figuram em coleções particulares e institucionais. Na Tabela 2 há uma lista de instituições estrangeiras (museus e universidades) onde foi possível verificar a presença de fragmentos em seus acervos. Algumas dessas instituições já constavam na lista fornecida por Gomes & Keil (1980) e tiveram suas massas atualizadas.
Tivemos a colaboração do astrobiologo Ivan Glaucio Paulino Lima do instituto Blue Marble do Centro Ames da Nasa