Concessionária de ferrovia quer retomada de mais de 20 casas em Garça: moradores vivem tensão e esperam solução

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A Rumo Malha Paulista, concessionária responsável pela ferrovia que liga Bauru a Tupã, entrou na Justiça pedindo a reintegração de posse de mais de 20 casas construídas sobre a faixa de domínio da linha férrea. Segundo a empresa, as moradias ocupam ilegalmente o terreno e impedem o início das obras para reativar um trecho desativado há mais de 10 anos — com previsão de operação até 2028.

A decisão liminar saiu em maio de 2025, autorizando a Rumo a retomar a área antes mesmo do julgamento final. A reintegração inclui o trecho da cidade de Garça, parte do ramal Bauru-Panorama, cuja modernização faz parte do contrato com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Mas do lado de quem vive ali, a história é outra. Os moradores garantem que adquiriram os terrenos há mais de 11 anos, por meio de contratos informais com uma imobiliária local, pagando até R$ 47 mil. Contas de água, luz e impostos estão em dia — ou seja, “quem vive de verdade, sabe o valor de um teto próprio”.

A Prefeitura de Garça, por sua vez, afirma que não faz parte do processo judicial e ainda não foi notificada oficialmente, mas recomenda que os moradores busquem orientação jurídica para tentar reverter a liminar.

Em nota, a Rumo declarou que ainda não há prazo para cumprimento da medida, e que está previsto um acompanhamento social individualizado para cada família, com visitas técnicas e orientações sobre alternativas habitacionais.

“Nem tudo que reluz é ouro”, diz o ditado, e na ferrovia que corta a vida dessas famílias, o desafio é encontrar equilíbrio entre progresso e justiça social.


Comentário do JP Jornal O Popular:
Quando o progresso bate à porta, o desafio é garantir que ninguém fique pelo caminho. A reintegração de posse em Garça mostra que avançar não pode ser sinônimo de deixar famílias desamparadas. É hora de todos os lados sentarem à mesa e encontrarem uma saída que respeite o direito de quem construiu suas vidas ali — afinal, “mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. Seguiremos atentos a essa história, que é de todos nós.

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