Mais uma vez, a confiabilidade dos concursos públicos entra na berlinda. Em Paraguaçu Paulista (SP), o Ministério Público determinou a suspensão do concurso da Guarda Municipal, após a divulgação indevida de fotos da prova durante sua aplicação, no último dia 16 de abril.
O escorregão partiu de onde menos se esperava: uma fiscal de sala, funcionária pública da prefeitura, foi flagrada como responsável pelo vazamento. Segundo o MP, a servidora compartilhou imagens completas do caderno de questões em um grupo de WhatsApp às 10h30 da manhã, quando o exame ainda estava em andamento.
O caso veio à tona graças à atuação do vereador Junior Baptista (MDB), que solicitou investigação imediata. Embora a Prefeitura Municipal tenha tentado segurar as pontas, alegando que todos os candidatos já estavam com suas provas no momento do vazamento e que “não houve benefício ou prejuízo”, o MP discordou veementemente.
Segundo o Ministério Público, a simples possibilidade de comprometimento da lisura do processo já seria suficiente para a suspensão — entendimento respaldado por decisões anteriores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
A Prefeitura confirmou em nota que cumprirá a decisão de suspensão temporária. Informou ainda que a fiscal atuava fora de suas funções originais e continua empregada na rede pública, mas está sendo alvo de sindicância interna e inquérito administrativo.
A empresa organizadora do concurso agora tem 30 dias úteis para apresentar defesa e, possivelmente, remarcar a prova. Enquanto isso, candidatos e concurseiros seguem no compasso da indignação.
📝 Comentário do JP Jornal O Popular:
Diz o povo que “em rio que sai peixe demais, tem anzol demais na água”. Concurso público precisa ser coisa séria, com regras claras e ética de sobra. O mínimo que o cidadão espera é igualdade na disputa. A transparência deve ser lei, não exceção.
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