“Erro Médico: Quando a Dor do Diagnóstico se Transforma em Luta Judicial”
No Brasil, a máxima “o barato pode sair caro” nunca foi tão verdadeira quanto no cenário da saúde. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontou um dado alarmante: os processos por erro médico mais do que dobraram de um ano para o outro. De janeiro a outubro de 2024, já são mais de 31 mil ações por danos morais contra 13,5 mil registradas em 2023. Isso equivale a quatro novos processos a cada hora, revelando um problema que tem tirado o sono de muitos brasileiros.
Por que isso está acontecendo?
Especialistas levantam o dedo para a formação médica no país, que tem sido alvo de críticas. O Brasil já conta com mais faculdades de medicina do que a Índia, mesmo com uma população seis vezes menor. Essa proliferação, que mais parece um “mercado da saúde”, muitas vezes coloca profissionais inexperientes diretamente no campo de batalha sem a preparação adequada, já que faltam vagas para residência médica. É como dizer: “colocaram o carro na frente dos bois”.
Além disso, a fiscalização tem sido falha. Quem deveria garantir que clínicas estejam regulares é a Vigilância Sanitária, mas, em muitos casos, essa tarefa acaba sobrando para o próprio paciente. A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo orienta que os cidadãos consultem o site da Vigilância Municipal antes de qualquer procedimento, mas, na prática, quantos fazem isso?
Um caso que chocou o país
A tragédia bateu à porta da família de Paloma Lopes Alves, 31 anos, que morreu após um procedimento de hidrolipo em uma clínica clandestina na zona leste de São Paulo. O local operava sem autorização e foi interditado após o ocorrido. O marido de Paloma desabafou, clamando por justiça: “Queremos justiça para que isso não aconteça com outras mulheres”. Já o médico responsável pela cirurgia se defendeu, chamando o caso de “fatalidade”.
Para onde vamos?
O crescimento desenfreado de faculdades de medicina, aliado à negligência na fiscalização de clínicas, forma um cenário preocupante. Afinal, saúde não é brincadeira, e cada erro custa mais do que um processo; custa vidas. Quem vai pagar essa conta?
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🔹 JP Jornal O Popular: “Saúde não é mercadoria. Quando a confiança no sistema é abalada, a justiça se torna o último recurso do paciente.”