A sessão desta segunda-feira na Câmara Municipal de Marília foi marcada por um episódio que vai dar o que falar nas rodas de conversa da cidade. Com um placar de 10 votos a 2, os vereadores rejeitaram o pedido de abertura de uma Comissão Processante (CP) contra o prefeito Daniel Alonso. O motivo? Acusações pesadas de improbidade administrativa envolvendo a dilapidação do patrimônio público em favor do Consórcio Ricambiental, vencedor da concessão do Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem). Para quem estava esperando um desfecho eletrizante, o resultado foi um banho de água fria.
Nos bastidores, o clima era tenso. Alguns vereadores defendiam a abertura da CP como uma questão de justiça e transparência, mas a maioria preferiu jogar panos quentes, alegando que o momento é de focar em projetos que tragam benefícios para a população. E falando em projetos, logo após a votação da CP, a sessão tomou outro rumo, aprovando três Projetos de Lei que, apesar de importantes, acabaram passando quase despercebidos diante do calor da discussão anterior.
Primeiro, o Projeto de Lei n° 64/2024, que institui a “Semana Municipal do Brincar”. Pode parecer trivial, mas brincar é coisa séria, e a Prefeitura quer garantir que as crianças de Marília tenham uma semana dedicada a atividades lúdicas. O segundo Projeto, de autoria do vereador Eduardo Nascimento, mira nos motociclistas que gostam de chamar atenção – e não é só com manobras radicais. Com a aprovação do Projeto de Lei n° 76/2024, está proibida a comercialização, instalação e uso de escapamentos que fazem mais barulho do que a lei permite. Uma medida que pode trazer alívio para quem já não aguenta mais o som ensurdecedor das ruas. Por fim, o Projeto de Lei n° 75/2024, de autoria do vereador Marcos Custódio, vai agradar os amantes da música erudita, ao instituir a “Semana Municipal de Promoção da Música Erudita”, no mês de julho.
Agora, fica a pergunta: a rejeição da CP foi uma manobra política para proteger o prefeito, ou os vereadores realmente acreditam que não há motivo para seguir com a investigação? A população de Marília, que tem se mostrado cada vez mais atenta e crítica, certamente terá muito a discutir até a próxima sessão, marcada para sexta-feira (16), quando o clima promete esquentar novamente, mesmo que o tema seja a outorga de um título de Cidadão Mariliense.
Enquanto isso, as redes sociais estão fervendo com comentários e especulações. Será que essa rejeição vai custar caro nas urnas? O eleitor mariliense está de olho, e a história certamente ainda vai render muitos capítulos.