Marília, SP – Uma intervenção realizada no Centro de Apoio à Criança e Adolescente de Marília (CACAM) revelou um cenário de superlotação e resultou no afastamento da diretoria da entidade, após dificuldades para acessar documentos. A decisão foi publicada no Diário Oficial de Marília nesta quinta-feira (18).
Segundo o relatório da intervenção, que foi solicitada pela Prefeitura de Marília, o CACAM atende atualmente 38 crianças, incluindo 15 bebês, enquanto sua capacidade máxima é de apenas 20 crianças. Além da superlotação, a interventora apontou a falta de profissionais suficientes para atender à demanda.
O CACAM é a principal porta de entrada para crianças e adolescentes carentes em Marília, acolhendo menores de 0 a 17 anos que são retirados do ambiente familiar por motivos como drogas, álcool ou maus-tratos.
Para mitigar a situação, a corregedora de Marília, Valquiria Galo Febronio Alves, anunciou que o município planeja incorporar uma nova instituição para atendimento de crianças em situação de vulnerabilidade. A administração do CACAM ficará sob responsabilidade da interventora, que já vinha acompanhando a rotina da casa desde o mês passado. Durante este período, a Prefeitura reforçou a presença de profissionais no local.
“A Prefeitura colocou mais assistentes sociais, mais psicólogos e aumentou o número de cuidadores,” afirmou a corregedora Valquiria.
A Corregedoria informou que a intervenção foi motivada por “recorrentes reclamações” sobre a situação da instituição. O documento cita dificuldades de acesso a informações e de contato com funcionários e dirigentes.
Fundado em julho de 1992, o CACAM atende crianças encaminhadas pela Vara da Infância e Juventude. A gestão da entidade é mantida por voluntários e apoio de empresas locais.