Na sessão ordinária de 26 de junho, a Câmara de Vereadores de Agudos (SP) foi palco de uma intensa controvérsia. Vereadores apresentaram um pedido de abertura de Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar supostas irregularidades na utilização de R$ 20 milhões pelo prefeito Fernando Octaviani (MDB). O presidente da Câmara, Auro Octaviani (MDB), que é tio do prefeito, recusou-se a apreciar o requerimento e rasgou o documento em plenário.
Auro Octaviani demonstrou descontentamento ao receber o pedido e declarou que “não colocaria essa porcaria para votar”, sugerindo ainda que um dos vereadores subscritores utilizasse o documento “para limpar a bunda”. A atitude gerou forte repercussão e críticas.
O valor em questão, R$ 20 milhões, foi emprestado pela Caixa Econômica Federal (CEF) por meio do programa Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) e seria destinado a investimentos em infraestrutura, mobilidade, equipamentos públicos, iluminação, construção de escolas, creches e hospitais.
Nesta quinta-feira (11), a Justiça deferiu um mandado de segurança contra Auro Octaviani, determinando que o requerimento seja novamente apreciado pela Câmara, sob condução do vice-presidente. A decisão também afastou Auro da condução de qualquer ato relacionado ao processo investigativo da CEI.
Auro Octaviani afirmou que foi notificado da decisão judicial e que não pretende recorrer. Alegou que o pedido inicial foi uma provocação da oposição, que havia rejeitado o requerimento momentos antes de reapresentá-lo. Apesar do episódio, Auro declarou que votará a favor da abertura da CEI quando o tema retornar à pauta, conforme assegurado pela liminar.
A atitude do presidente da Câmara gerou uma onda de críticas e questionamentos sobre a transparência e integridade dos processos legislativos na cidade de Agudos.