Decisão foi publicada na madrugada desta sexta-feira (17) após 12 horas de julgamento
O ex-subtenente da Polícia Militar, Alexandre David Zanete, foi absolvido pelo júri popular da acusação de homicídio qualificado pela morte de Murilo Henrique Junqueira. A decisão, divulgada no início da madrugada desta sexta-feira (17), veio após um longo julgamento que durou 12 horas e contou com a participação de cinco mulheres e dois homens no júri.
O caso remonta a setembro de 2021, quando Murilo Henrique Junqueira, então procurado pela Justiça, foi morto a tiros durante uma abordagem policial em Ourinhos (SP). O episódio foi registrado por câmeras de segurança, que mostraram o momento em que Murilo se entregou aos policiais, com as mãos levantadas, antes de ser baleado por Alexandre David Zanete.
As imagens capturaram a sequência da abordagem: Murilo se aproximando de uma casa com as mãos na cabeça, sendo atingido por um primeiro tiro, caindo ao chão, e depois recebendo dois outros disparos, um dos quais foi à queima-roupa. A gravação também mostra o outro policial, então cabo João Paulo Herrara, atirando para o alto, possivelmente para simular um tiroteio.
Durante o julgamento, o júri ouviu três testemunhas de acusação e duas de defesa, além do delegado responsável pela investigação e a esposa da vítima. A defesa de Zanete alegou legítima defesa, argumento que prevaleceu junto aos jurados, resultando em sua absolvição.
Alexandre David Zanete e João Paulo Herrara foram expulsos da corporação em maio de 2022. No entanto, apenas Zanete foi denunciado pelo Ministério Público (MP) por homicídio qualificado. Herrara não foi investigado por homicídio, mas enfrentou suspeitas de fraude processual por supostamente alterar a cena do crime.
Após a prisão preventiva de ambos durante a fase de inquérito, a Justiça revogou a detenção de Zanete em março de 2022, concedendo-lhe liberdade provisória com algumas condições, como comparecimento mensal em juízo e proibição de contato com testemunhas. Herrara também teve sua prisão preventiva revogada posteriormente.
A decisão do júri popular marca o desfecho de um caso que mobilizou a cidade de Ourinhos e trouxe à tona discussões sobre a atuação policial e os limites da legítima defesa.