O Brasil enfrenta um cenário alarmante em relação à dengue em 2024, com um registro histórico de mortes pela doença. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que o país contabilizou 1.116 óbitos nos primeiros meses do ano, marcando o período como o mais letal desde que os registros começaram em 2000. Esse número supera o recorde anterior, estabelecido em 2023, que registrou 1.094 mortes.
Além dos óbitos confirmados, há 1.087 casos em investigação para determinar a relação com a dengue. Em termos de infecções prováveis, as autoridades contabilizam quase 3 milhões de casos, totalizando 2.963.994. Minas Gerais e São Paulo continuam sendo os estados mais afetados, com 939.332 e 674.702 casos registrados, respectivamente.
Para lidar com essa situação crítica, foram emitidos 407 decretos municipais e 11 estaduais de emergência, permitindo a implementação de medidas administrativas para combater a doença, como aquisição de insumos e materiais. Recentemente, São Paulo declarou estado de emergência em saúde pública devido à dengue.
Apesar de 20 estados apresentarem sinais de estabilidade ou redução na incidência da doença, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, destaca a necessidade contínua de vigilância. Ela enfatiza a importância da participação da população na busca por focos do mosquito transmissor e na vacinação, especialmente em municípios onde as vacinas estão disponíveis.
Atualmente, mais de 500 municípios em 16 estados e no Distrito Federal iniciaram a vacinação contra a dengue, priorizando crianças entre 10 e 14 anos. O Ministério da Saúde também enviou um novo lote de vacinas para 165 municípios.
Enquanto a vacinação não abrange todas as faixas etárias, o controle do vetor Aedes aegypti continua sendo a principal estratégia de prevenção e controle da dengue, além de outras arboviroses urbanas, como chikungunya e zika. Medidas simples, como eliminação de locais de reprodução do mosquito, são essenciais para combater a propagação da doença.
Ademais, o uso de repelentes é fortemente recomendado, especialmente em áreas onde a transmissão da dengue é reconhecida. Os repelentes devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo, como braços, pernas e pés. Além disso, repelentes para uso ambiental também são indicados, já que ajudam a afastar os mosquitos.
