O Jornal o Popular Explica: Dengue hemorrágica, a forma mais grave da dengue, representa uma ameaça letal, causando alterações neurológicas, sangramentos, falência de órgãos e, em casos extremos, a morte.
Os números alarmantes falam por si só: mais de meio milhão de casos prováveis de dengue já foram registrados no Brasil, com 75 mortes confirmadas pela doença e outras 350 ainda sob investigação, conforme o último relatório do Ministério da Saúde divulgado recentemente.
Comparado ao mesmo período no ano anterior, o aumento é assustador: durante as seis primeiras semanas epidemiológicas deste ano, foram contabilizados 512.353 casos, quase quatro vezes mais do que no mesmo período de 2023, que registrou 128.842 casos.
Enquanto a dengue clássica, mais comum, tende a ser autolimitada e controlável com tratamentos sintomáticos, a dengue hemorrágica demanda intervenção médica imediata, monitoramento rigoroso e, às vezes, cuidados intensivos para prevenir complicações que podem ser fatais.
De acordo com o Ministério da Saúde, qualquer pessoa que apresente febre súbita (entre 39°C e 40°C) acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas – dor de cabeça, fadiga, dores musculares ou articulares, e dor nos olhos – deve procurar assistência médica imediatamente.
A distinção entre a dengue clássica e a hemorrágica geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia, especialmente quando a febre diminui. A hemorragia, um sintoma crucial, pode manifestar-se como sangramento espontâneo na gengiva, boca, nariz, ouvidos ou intestino.
Outros sinais de alerta incluem dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes, manifestações neurológicas como convulsões e irritabilidade, insuficiência cardíaca e até problemas respiratórios. Embora a dengue grave seja rara, sua gravidade não pode ser subestimada, pois pode levar à morte.
A principal causa de morte por dengue é o “choque”, um estado de emergência circulatória que ocorre quando há uma queda drástica na pressão arterial seguida de falência circulatória aguda. Esse quadro é desencadeado pela perda excessiva de líquidos e sangue, resultando em complicações graves, incluindo a falência de múltiplos órgãos.
A dengue hemorrágica tem suas raízes na transmissão do vírus pela picada do mosquito Aedes aegypti, portador de quatro sorotipos diferentes no Brasil. Infecções secundárias aumentam o risco de complicações graves, pois os anticorpos produzidos contra um sorotipo específico podem facilitar a entrada do vírus durante uma nova infecção, causando sintomas mais severos.
Idosos, pessoas com doenças crônicas e aqueles com predisposição a hemorragias correm maior risco de complicações fatais. O tratamento concentra-se em aliviar os sintomas e na reposição de líquidos, com a administração de soro intravenoso sendo crucial para evitar a perda excessiva de sangue e líquidos.
Para prevenir a propagação da dengue, é essencial controlar o vetor, eliminando água parada onde o mosquito deposita seus ovos. Além disso, a vacinação e o uso de repelentes são medidas importantes para proteger contra a doença. A vacina QDenga está disponível no SUS e no setor privado, oferecendo proteção contra múltiplos sorotipos da dengue.
O combate à dengue é uma responsabilidade de todos, pois cada medida tomada para prevenir a doença não só protege o indivíduo, mas também toda a comunidade.