Por 7 votos a 1, Câmara de Gália cassa mandato de vereadora
Na noite da última quarta-feira (14), a Câmara Municipal de Gália (a 60 quilômetros de Marília) deliberou pela cassação do mandato da vereadora e ex-presidente da Casa, Giseli Rodrigues Simões, sob acusação de quebra de decoro parlamentar.
Giseli, que não compareceu à sessão de julgamento e não se fez representar por advogado, teve como defensor o Dr. Rafael Rinaldi, nomeado pela própria Câmara para tal função.
A cassação decorreu da formação de uma Comissão Processante para investigar denúncia formulada por Douraci Marcelino Martins, suplente da vereadora. Martins acusou Giseli Simões, que presidiu a Casa no ano anterior, de ter engavetado diversos projetos de lei de autoria do prefeito Renato Inácio Gonçalves, atrasando assim decisões cruciais para o município e trazendo prejuízos à população. Além disso, a vereadora foi acusada de não cumprir o regimento interno da Câmara e a Lei Orgânica do Município.
O prefeito, em decorrência desses atrasos, foi obrigado a recorrer à justiça por meio de um mandado de segurança para forçar Giseli Simões a submeter os projetos à votação. A decisão judicial favoreceu o prefeito, determinando que a vereadora cumprisse seu dever legislativo.
Dentre os projetos que teriam sido engavetados pela parlamentar, estão propostas como a concessão de bolsas de estudo para estudantes, a criação da ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS), a renovação de contrato de permissão de uma empresa local, a alteração do vale alimentação, abertura de créditos e outros voltados para o esporte, meio ambiente e infraestrutura.
A Comissão Processante, composta pelos vereadores Sara Barbosa Faria (Presidente), Ramiro de Almeida Afonso (Relator) e Nilton Shigenori Massuda (Membro), concluiu que a conduta da vereadora, enquanto presidente do legislativo, desrespeitou o decoro parlamentar e abusou das prerrogativas do cargo.
O defensor nomeado para Giseli Simões alegou não identificar quebra de decoro parlamentar por parte da vereadora. Na votação, apenas o vereador José Adão Sanavio manifestou-se contra a cassação. Douraci Marcelino Martins deve assumir a cadeira deixada por Giseli Rodrigues Simões.
Observação do JP Jornal O Popular: A gestão responsável e ética é um imperativo para os representantes eleitos pelo povo. A confiança depositada pelos cidadãos nas autoridades públicas deve ser honrada com ações transparentes e comprometidas com o bem comum. A cassação do mandato de uma vereadora ressalta a importância da responsabilidade e integridade na gestão dos recursos públicos.