Polícia Federal investiga Carlos Bolsonaro por suspeitas de espionagem ilegal na Abin

Brasil Política Últimas Notícias

Nesta segunda-feira (29), Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro pelo partido Republicanos, tornou-se alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) relacionada a uma investigação sobre práticas de espionagem ilegal realizadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Alexandre Ramagem. Ramagem foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Carlos Bolsonaro.

A PF, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), realizou buscas e apreensões na residência do vereador e em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A suspeita gira em torno da possível solicitação de informações sigilosas por parte de Carlos Bolsonaro a Alexandre Ramagem. O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF, alega que o ex-diretor da Abin conduziu a espionagem ilegal com o intuito de beneficiar a família do ex-presidente Bolsonaro.

Segundo as investigações, policiais ocupando cargos superiores na Abin teriam obstaculizado diligências da Polícia Federal que visavam os filhos de Bolsonaro. Entre os alvos da espionagem estão a promotora do Rio de Janeiro encarregada da apuração das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Moraes destaca que a Abin foi instrumentalizada para monitorar a promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa que investigava os homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes. A investigação aponta para a monitorização ilegal de funcionários do STF, advogados, policiais, jornalistas e até mesmo ministros ao longo de vários meses.

As descobertas indicam 33 mil acessos ilegais à rede de telefonia brasileira por meio de um sistema de geolocalização da Abin adquirido com recursos públicos em dezembro de 2018. A ferramenta chamada “inteligência First Mile” possibilita o monitoramento de dispositivos móveis sem a necessidade de cooperação das operadoras de telefonia e sem autorização judicial, o que levanta questões legais.

A PF sugere que os envolvidos podem responder por crimes como invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei. O desdobramento das investigações continuará a esclarecer os detalhes desse caso complexo.

Compartilhar esta notícia agora: