A produção de café no Brasil está prevista para um crescimento notável em 2024, marcando o terceiro ano consecutivo de recuperação após a crise climática enfrentada pelo setor em 2021 e 2022, que impactou adversamente a produtividade dos cafezais brasileiros.
Em 2023, as condições climáticas mais favoráveis possibilitaram a normalização dos rendimentos. O primeiro levantamento da Conab para 2024 estima uma colheita de 58,1 milhões de sacas, representando um aumento de 5,5% em relação ao ano anterior, se confirmado.
O início da colheita está programado para março, e as primeiras análises indicam que a expectativa de uma produção maior reflete os efeitos da bienalidade positiva no parque cafeeiro. A bienalidade refere-se à alternância entre um ano com uma grande florada e outro com uma florada menos intensa, permitindo à planta se recuperar para produzir melhor na safra subsequente.
No entanto, o ciclo bienal pode ser afetado pelo clima, como ocorreu nos anos de 2021 e 2022.
Do total esperado de pouco mais de 58 milhões de sacas para este ano, 70% serão de café arábica, totalizando 40,7 milhões, enquanto os 30% restantes serão de conilon, alcançando 17,3 milhões. Se as expectativas se confirmarem, a oferta de arábica representará um aumento de 4,7% em comparação com 2023, e a de conilon terá um incremento de 7,2%.
Os dois maiores estados produtores de café arábica, Minas Gerais e São Paulo, verão um crescimento de 0,6% e 7,4%, respectivamente. Em Minas Gerais, o ciclo de alta do cafezal é o principal fator para o crescimento moderado.
No caso de São Paulo, as chuvas bem distribuídas até o momento garantiram uma boa umidade do solo, apesar de uma onda de calor em novembro. O Espírito Santo, maior produtor de conilon do Brasil, verá um aumento na produção de 15,4%, atingindo 15,1 milhões de sacas, devido ao investimento em adubação e à boa floração induzida pelas chuvas acima da média em julho e agosto de 2023.
