Mal iniciou o mês de janeiro e já há uma fila considerável de motoristas. Aproximadamente 40 milhões de proprietários de veículos em todo o país estão prestes a quitar o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Em diversos estados, o calendário e os valores de referência para o pagamento do tributo já foram disponibilizados, e os pagamentos já podem ser realizados.
As responsabilidades anuais chegaram com mais impacto na casa da família de Márcio. Como motorista, ele está prestes a pagar seu IPVA. Além do ajuste no valor do tributo, há um novo fator a considerar no orçamento. Pela primeira vez, ele terá que arcar também com o IPVA do carro de sua filha. “Foi um presente que eu dei a ela, e agora precisa ajudar com a renda dela. A taxa de IPVA no Brasil é alta, né? Temos que dar uma mãozinha”, expressa o pai, entre o orgulho e as contas.
Para viabilizar mais uma despesa no orçamento, foi crucial seguir à risca um conselho importante dos especialistas: guardar dinheiro. “Nos últimos seis meses, tenho reservado um pouco na conta para poder quitar. O valor do IPVA está guardado”, afirma Márcio Araújo, o motorista e pai.
Márcio mostra estar alinhado com as orientações dos especialistas ao fazer os cálculos para decidir o que é mais vantajoso: pagar à vista ou parcelar. É outra ação que influencia o saldo bancário no final do mês. Os descontos para pagamento à vista variam: em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a redução para quem paga de uma vez em janeiro é de 3%. No Paraná, esse desconto chega a 6%. Em Goiás, 7%. Já na Bahia e no Pará, o desconto atinge 15%. Por outro lado, o Distrito Federal não oferece esse benefício. O analista avalia cuidadosamente: “Mesmo em São Paulo, onde o desconto é de 3%, 1% de rentabilidade ao mês se for parcelado em 3 vezes, dificilmente você tem um investimento com liquidez para resgatar rapidamente o valor, pagando mais de 1% ao mês. E há estados que oferecem desconto de até 15%, superando em muito os investimentos de renda fixa”, destaca o financista Fabrizio Gueratto.
Finanças personalizadas
Dado que cada pessoa conhece suas próprias necessidades, a decisão sobre o pagamento deve ser pensada conforme a realidade de cada um. “Os problemas financeiros de qualquer pessoa podem ser resolvidos com um único hábito: o primeiro dinheiro que entra é o dinheiro que guardamos, não o dinheiro que sobra. Se aprendermos que, ao ganhar um dinheirinho extra, devemos separar uma porcentagem, por exemplo, 10%, esse dinheiro não existe para investir. Se você mudar esse hábito, 60% dos problemas de qualquer pessoa estão resolvidos”, explica o financista Fabrizio Gueratto. O engenheiro civil Marcos Vinícius concorda: “É necessário reservar o dinheiro antecipadamente, pelo menos para as primeiras parcelas”.