Franciele de Oliveira Arruda, conhecida como Fran, e Alexandro Arruda, um atendente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), compartilham uma história de amor que floresceu após um trágico acidente que deixou Fran tetraplégica. Os dois, cujas vidas tinham trajetórias profissionais distintas em Sorocaba (SP), encontraram-se em meio a um desafio que mudaria suas vidas para sempre.
Antes do acidente, Fran, uma estudante de enfermagem, estava empolgada com seu estágio em um renomado hospital na cidade. Seu sonho era se especializar em oncologia e contribuir para o Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci). No entanto, em dezembro de 2015, sua vida deu uma guinada dramática quando foi atropelada atravessando a rua na faixa de pedestres.
Fran sofreu uma lesão medular significativa, perdendo os movimentos do pescoço para baixo. No início, a compreensão da gravidade de sua condição foi gradual, e a confirmação veio quando sua mãe fez uma ligação para uma clínica de fisioterapia mencionando que Fran estava tetraplégica. Apesar do diagnóstico desafiador, Fran perseverou com fisioterapia em casa e mais tarde no Centro de Reabilitação Lucy Montoro em Sorocaba, onde encontrou suporte e aprendeu a lidar com sua nova realidade.
Durante seu processo de recuperação, Fran conheceu Alexandro, que inicialmente trabalhava como agente do Samu. Coincidentemente, ele não participou do resgate de Fran, mas, após uma série de eventos, os dois se conectaram. Alexandro, posteriormente designado para o transporte de pacientes, tornou-se o elo que uniu o casal.
“Nos apaixonamos e estamos casados há três anos”, compartilha Fran. O início do relacionamento enfrentou comentários preconceituosos, mas o casal permaneceu forte, superando adversidades e construindo uma vida unida e feliz.
Fran, desde o acidente, decidiu compartilhar sua jornada nas redes sociais, gravando vídeos de fisioterapia para documentar sua evolução. Seu objetivo é inspirar e oferecer suporte a outras pessoas em processo de recuperação, compartilhando não apenas os desafios, mas também as conquistas diárias.
Apesar da força do relacionamento e do otimismo de Fran, ela destaca as dificuldades enfrentadas devido à falta de acessibilidade em muitos lugares. Calçadas estreitas, rampas íngremes e elevadores apertados continuam sendo obstáculos comuns. No entanto, o casal persevera, mantendo uma visão positiva e focando no futuro.
“Para você que está passando por uma situação parecida, por mais que seja difícil, não desista. A vida não parou só porque estamos na cadeira de rodas. Olhe para ela como sua liberdade de ir e vir”, conclui Fran, deixando uma mensagem de esperança para aqueles que enfrentam desafios semelhantes.
