Cerca de 5 Milhões de Toneladas de Lixo sem Destinação Adequada no Brasil em 2022

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No ano de 2022, aproximadamente 5 milhões de toneladas de resíduos urbanos no Brasil não foram destinadas de maneira adequada, representando 7% do total de resíduos produzidos no país.

O quadro é ainda mais alarmante nas regiões Norte e Nordeste, onde 63,4% e 62,7%, respectivamente, do lixo gerado nessas áreas foram descartados de forma inadequada.

Essas informações fazem parte do relatório divulgado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente, revelando uma realidade que é vivenciada diariamente por moradores como Nilza, residente em Belém, no Pará. Devido à falta de coleta apropriada, a frente de sua casa frequentemente se vê coberta por resíduos, obrigando-a a tomar a iniciativa de limpar o local.

A situação em Belém reflete uma crise na gestão de resíduos. O único aterro sanitário do estado, responsável pelo recebimento dos resíduos da capital paraense e de outros grandes municípios da região metropolitana, atingiu sua capacidade máxima. Mesmo assim, sua operação foi prorrogada judicialmente até fevereiro de 2025.

Moradores locais denunciam os impactos negativos do aterro na região, incluindo a contaminação da água. Enielza, uma residente, destaca a necessidade de comprar água potável devido à qualidade comprometida. O especialista em Engenharia Ambiental, Paulo Pinho, enfatiza a importância de políticas de resíduos e investimentos em tecnologia para abordar eficazmente o problema na região Norte.

“Hoje, a região Norte, apesar de possuir vastos recursos naturais, é a mais carente do Brasil social e ambientalmente. Precisamos aplicar tecnologias, como o CDR (Combustíveis Derivados de Resíduos), que são produzidos localmente a partir dos resíduos gerados”, explica Pinho.

Enquanto aguardam por mudanças, a sujeira continua a se acumular nas ruas de Belém, prejudicando a qualidade de vida dos moradores e a circulação regular pela cidade. O problema se agrava devido à irregularidade na coleta de lixo, tornando-se uma questão recorrente para os cidadãos locais.

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