A Polícia Federal registrou um aumento de 6,5% na emissão de passaportes no Brasil de janeiro a novembro deste ano, totalizando 2.271.098 documentos, o maior volume para o período desde 2019, pré-pandemia. Em 2022, foram entregues 2.132.790 passaportes durante os primeiros 11 meses, indicando um crescimento na demanda.
Para ultrapassar o total de 2.132.790 emitidos em todo o ano de 2022, seriam necessárias pelo menos 138.309 emissões em dezembro. A última vez que essa marca não foi superada ocorreu em agosto de 2021, quando foram entregues 124.453 passaportes. O número oficial de todo o ano de 2023 será divulgado em janeiro de 2024, conforme informado pela Polícia Federal.
O aumento na confecção de passaportes reflete também a retomada do mercado de viagens internacionais, evidenciado pelo crescimento dos gastos de brasileiros no exterior. Entre janeiro e outubro, foram desembolsados US$ 12,3 bilhões (aproximadamente R$ 60 bilhões), representando o maior valor de despesas desde 2019.
Ana Carolina Medeiros, presidente em exercício da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), atribui esses resultados positivos à recuperação do setor após um longo período de perdas. Ela destaca o promissor cenário de 2023, com um mercado aquecido para viagens nacionais e internacionais, indicando uma retomada do interesse das pessoas em viajar após dois anos de restrições.
Embora os números estejam em alta, os dados da PF revelam uma desaceleração na emissão de passaportes nos últimos meses. Desde agosto, houve uma redução mensal na quantidade de documentos impressos, passando de 213.495 em agosto para 161.834 em novembro.
Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também indicam uma desaceleração no segmento de atividades turísticas, que registrou uma queda de 1,1% em outubro em relação ao mês anterior. Apesar disso, o setor ainda se encontra 5% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, antes dos impactos da pandemia na economia.
Ana Medeiros ressalta que o mercado atual enfrenta desafios devido às limitações geopolíticas impostas por conflitos no Leste Europeu e no Oriente Médio, resultando em restrições de destinos devido a essas regiões em conflito.