Uma jovem de 19 anos ingressou com uma ação trabalhista por danos morais contra a gerente de uma loja de óculos em São Paulo. A iniciativa foi motivada por mensagens ofensivas no WhatsApp, onde a ex-funcionária foi chamada de “gorda” e “feia”, além de ter sido obrigada a ocultar tatuagens com blusa de frio durante o expediente.
Vitória Cristina Gama dos Santos Teixeira, ao relatar sua experiência, mencionou que começou a trabalhar como auxiliar na loja Chilli Beans, localizada em Moema, Zona Sul de São Paulo, em 6 de outubro. Inicialmente, tudo transcorreu bem com a gerente, mas a situação mudou após compartilhar comentários da gerência com uma colega de outra loja.
A partir desse momento, Vitória alega ter sido alvo de perseguições, sendo instruída a usar blusa de frio para esconder suas tatuagens, impedida de fazer pausa para o almoço, e constantemente insultada com termos como “gorda” e “feia”. A ex-chefe ainda bloqueava seu acesso ao WhatsApp e a acusava injustamente de sair mais cedo.
A jovem, que sofre de crises de ansiedade, relatou que sua saúde foi prejudicada, chegando a procurar atendimento hospitalar. Vitória foi demitida em 10 de novembro, recebendo apenas R$ 400, enquanto seu salário era de R$ 1.300. Posteriormente, conseguiu outro emprego.
Prints das conversas no WhatsApp entre Vitória e sua ex-gerente evidenciam as mensagens ofensivas e as instruções para cobrir as tatuagens. Ao comentar o ocorrido com uma advogada, Vitória optou por ingressar com uma ação trabalhista, buscando uma indenização de R$ 6,6 mil. Um boletim de ocorrência também será registrado na delegacia por conta das ofensas.
A advogada responsável pelo caso, Rita de Cássia Gomes, destacou a sensibilidade da situação, especialmente considerando a idade da jovem. O processo foi protocolado em 1º de dezembro, e a primeira audiência está prevista para maio do próximo ano. Vitória espera que sua ação sirva como uma lição, prevenindo que outras pessoas passem por situações similares no ambiente de trabalho.