A professora de artes que foi demitida após beijar um aluno de 14 anos em Praia Grande, no litoral de São Paulo, agora está envolvida em outro incidente. Ela convidou uma estudante da mesma idade para fumar cigarro eletrônico, conforme relatado pela mãe da menina, que preferiu não ser identificada, nesta quinta-feira (23).
O beijo da docente no aluno do 9ª ano do Ensino Fundamental foi denunciado por essa mãe, que viu as mensagens enviadas pela professora no celular da filha. A mulher disse ter pedido para ver as conversas no celular da adolescente após ter notado uma mudança de comportamento dela e acabou descobrindo a relação da professora com o aluno e os convites para fumar cigarro eletrônico
Segundo a mãe, as mensagens foram consideradas “muito pesadas”, e ela desconhecia o significado da referência ao ‘pod’ (marca de cigarro eletrônico) mencionado pela professora. A docente teria convidado a filha para uma adega, assegurando que não haveria preocupações financeiras, pois ela “bancaria o pod”.
A mãe revelou desconhecer a frequência dos convites para fumar, pois a adolescente costumava frequentar a praça com amigos.
O advogado especialista em direitos da infância e juventude, Ariel de Castro Alves, apontou que o convite para o cigarro eletrônico pode ter implicações legais graves, configurando possível crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), relacionado à entrega ou fornecimento de substâncias prejudiciais à saúde e causadoras de dependência.
Conforme o artigo 243 do ECA, a pena prevista é detenção de 2 a 4 anos e multa, “se o fato não constitui crime mais grave”. A mãe da adolescente foi aconselhada a informar e encaminhar as mensagens que comprovam o fato ao Conselho Tutelar e à delegacia.
A mãe também revelou que se arrependeu de denunciar o caso à escola, pois, desde a demissão da professora, sua filha passou a sofrer ameaças de outros estudantes, culminando em uma agressão grave a um amigo da adolescente. Ela criticou a omissão da escola diante das ameaças relatadas, afirmando que a direção não tomou as devidas providências.
Diante da situação, a mãe lamenta as consequências para a filha, indicando que “às vezes a gente vai fazer o certo e acha que é o certo para todo mundo, só que você parece que é louca, que é errada”.
A Prefeitura de Praia Grande informou, por meio de nota, que a diretora da unidade escolar adotou as medidas cabíveis e comunicou à Secretaria de Educação (Seduc) assim que teve conhecimento do ocorrido.