Dr. Roque Quagliato, ou Rei do Gado, considerado um ícone da pecuária brasileira, cresceu seu império e já tem mais de 240.000 cabeças de gado. Recentemente, o pecuarista concretizou a maior negociação do mercado imobiliário rural, com a compra de novas fazendas no Pará.
O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, cerca de 240 milhões de cabeças de gado. Dentro do setor da pecuária, desta vez, o destaque é para a história de quase meio século do Grupo Rio Vermelho, fundado por Roque Quagliato, o Rei do Gado, em Sapucaia-PA em 1973.
Quando tinha 33 anos, ele deixou para trás a confortável vida de usineiro que levava em Ourinhos, no interior de São Paulo, para tentar a sorte como pecuarista no meio da selva amazônica. Conheça a trajetória do dono de mais de 240 mil cabeças de gado!
A ordem agora é Preservar o Meio Ambiente. Segundo a frase dita pelo grande nome da pecuária nacional, o Dr. Roque Quagliato, “Intensificar a Pasto, para Preservar o Meio Ambiente!”.
Segundo as informações, aos 33 anos, o destino do Rei do Gado era Sapucaia, na região de Xinguara, a 600 quilômetros da capital do Pará, Belém. Era a década de 70, época que o governo militar incentivava a migração para a Amazônia. Ele subiu de barco pelo rio Araguaia e abriu picadas na mata para conhecer as terras que estavam à venda. Roque ficou conhecido na região como “rei do gado”, mas tornou-se também o rei da preservação da Amazônia. Ao mesmo tempo que assegura a sustentabilidade, a reserva serve como ferramenta de manejo da fazenda, conforme apresentou o pecuarista.
Inicialmente, Roque Quagliato lembrou de sua chegada ao estado do Pará em uma época em que ainda não havia nenhuma infraestrutura. Na época, para a maioria dos empreendedores, tal aposta soava como loucura. A selva era distante, cheia de mosquitos e carente de infra-estrutura.
“Muita gente veio me dizer que não faltavam lugares melhores em Goiás e Minas Gerais”, diz ele. Logo depois, o produtor estabeleceu a fazenda em Sapucaia com a promessa da criação da estrada para Belém, facilitando o escoamento de produtos.
“Aí eu vim para cá e faz 50 anos que eu venho todo mês para cá, fico dez, 12, 15 dias. Então conseguimos fazer fechar a conta, criamos um gado de alta genética, cada vez melhorando mais”, disse em síntese o empreendedor.
“Mas o preço da terra no Pará era menos da metade do que em outros estados.” Hoje, Roque Quagliato é conhecido entre seus pares como um desbravador e seu negócio é tido por eles como um exemplo. Ao longo de 30 anos, transformou aquelas terras no meio do nada no maior complexo de pecuária de corte do Brasil.
Roque e seus irmãos Fernando, Francisco e Luiz controlam o grupo Quagliato, cujo plantel soma mais de 240.000 cabeças, segundo informações privilegiadas obtidas pelo Compre Rual.
“O rebanho do grupo é o maior do Brasil, fazendo do Grupo um exemplo de sustentabilidade e produção pecuária no país”, diz Thiago Pereira, Diretor de Conteúdo do Compre Rural, e especialista em agronegócio.
De forma comparativa, na cadeia produtiva da carne, os Quagliato estão para a pecuária de corte assim como os Batistas, majoritários da JBS, o maior frigorífico do país, está para a indústria da carne. Seus bois abastecem as gôndolas de grandes redes de supermercados do país, como o grupo Pão de Açúcar, que busca no Pará 12% da carne vendida em suas lojas.
As propriedades dos Quagliato na região amazônica somam mais de 100.000 hectares — o equivalente a metade da cidade de São Paulo — e parte do sucesso do empreendimento está justamente na localização e gestão de qualidade. Rei do Gado compra fazendas em maior negócio imobiliário da história Com grande exclusividade, o Compre Rural, teve acesso a uma das maiores negociações do mercado imobiliário rural dos últimos cinco anos. Na mesa de negociação temos, de um lado, o Rei do Gado brasileiro, o Grupo Quagliato, do outro, a AgroSB, que pertence ao Grupo do banqueiro Daniel Dantas. O resultado final é que, o Rei acabou comprando as fazendas em maior negócio imobiliário da história.
Desta vez, o grupo que tem sede no estado do Pará, na Fazenda Rio Vermelho, vai anexar as suas terras as fazendas vendidas pela AgroSB, mais precisamente as vizinhas: Fazenda Espírito Santo e Castanhal. Segundo a fonte próxima a negociação, que prefere não se identificar, as terras adquiridas pelo Rei do Gado somam cerca de 27.000 hectares. As propriedades estão no município de Xinguara, um município brasileiro do estado do Pará.
O Grupo Quagliato Quagliato admite que naquela época não se falava em preservação ambiental, mas ressalta que desde que o tema passou a ser mais difundido, o grupo vem se adequando às exigências da legislação. Tanto quanto a infraestrutura da região evoluiu, as demandas por sustentabilidade na Amazônia também surgiram ao longo dos anos. “Hoje eu posso afirmar que o produtor rural, o empresário rural, principalmente aqui do Pará, está consciente que tem que preservar”, confirmou fonte próxima.
“Por exemplo, na Fazenda Rio Vermelho, que foi a primeira do grupo, tem até um capricho. Elas tem 13 retiros, é uma fazenda muito grande. E em cada retiro eu deixei uma faixa de mato de 500 metros de largura […] e elas se cruzam. Isso dá um controle sanitário, segura um fogo e, além disso, a fauna pode transitar de todo jeito na fazenda”, reforçou o pecuarista. Sendo assim, há quase duas décadas o Grupo Rio Vermelho vem permitindo que em alguns locais a vegetação nativa se recupere naturalmente, além de investir na recuperação das áreas de APP. Outra aliada para otimizar a área produtiva das fazendas é a Integração Lavoura Pecuária (ILP). Com a utilização da técnica não foi necessário diminuir o tamanho do rebanho para aumentar as áreas de preservação.
Roque Quagliato também dá outras dicas para melhorar a nutrição dos animais e reduzir as áreas de pastagens. “Você tem que dividir pasto, diminuir pasto, o [manejo] rotacionado ajuda muito. E logicamente não ter concorrente, não ter erva daninha, daí você usa os parceiros, tipo a Corteva, que tem nos ajudado”, orienta o pecuarista. O resultado de todos esses cuidados aparece no aumento da produtividade. O índice de natalidade no rebanho dos Quagliato, por exemplo, beira os 90%. Isso quer dizer que, de cada 100 vacas prenhas, em média 90 dão cria a cada ano.
O resultado de todos esses cuidados aparece no aumento da produtividade. O índice de natalidade no rebanho dos Quagliato, por exemplo, beira os 90%. Isso quer dizer que, de cada 100 vacas prenhas, em média 90 dão cria a cada ano.
Roque Quagliato é o caçula dos irmãos Quagliato, donos do Grupo Irmãos Quagliato, que atua nos setores sucroalcooleiro e pecuário. O Grupo Quagliato tem forte presença nos Estados de São Paulo, Paraná e Goiás.