As queimadas no Brasil atingiram uma área de 185,7 milhões de hectares de 1985 a 2022. O número, que corresponde a 21,8% do território nacional, é maior do que a área de todo o Nordeste do país.
O levantamento foi realizado pelo MapBiomas Fogo, que faz o mapeamento da superfície do Brasil por meio do processamento de mais de 150 mil imagens geradas pelos satélites Landsat 5, 7 e 8. O MapBiomas Fogo não contabiliza o número de focos de calor, mas sim a extensão consumida pelas chamas.
A média anual é de cerca de 160 mil km² de vegetação queimada de 1985 a 2022. Essa área se compara a soma dos estados do Rio Grande do Norte (52.797 km²), Paraíba (56.585 km²), Sergipe (21.910 km²) e Alagoas (27.768²).
A área afetada pelo fogo varia entre os seis biomas brasileiros, com o Cerrado (42,7%) e a Amazônia (43,6%) concentrando cerca de 86% da área queimada do Brasil nesses 38 anos. Entretanto, quando se analisam as áreas dos biomas, a liderança é do Pantanal, que teve 51% de seu território consumido pelo fogo nesse período.
São também na Amazônia e no Cerrado que as queimadas acontecem de forma mais recorrente. Na Amazônia, 48% da área afetada foi queimada entre duas e quatro vezes. No Cerrado, essa porcentagem ficou em 38%.
O Cerrado é, ainda, o bioma que tem a maior quantidade de áreas com recorrência de eventos de fogo maiores que 16 vezes, ou seja, áreas que queimaram pelo menos a cada 2 anos.
O estado de Mato Grosso apresentou maior ocorrência de fogo, seguido pelo Pará e Maranhão.
Os meses entre julho e outubro concentram 79% da área queimada no Brasil, com setembro sendo o mês campeão: ele corresponde por 34% do fogo.