Mais de 19% dos jovens entre 18 e 24 anos estão sem trabalho

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Um levantamento realizado com base em dados do IBGE, mostrou que entre os jovens, a disputa por uma vaga de trabalho é mais acirrada e a experiência de quem, apesar da pouca idade, já conhece bem o sentimento da reprovação em um processo seletivo é uma constante.

“É meio frustrante. Você fica nessa busca sem fim, e quando pensa que vai, não vai”, desabafa Gustavo Henrique Siqueira, de 19 anos, sobre os últimos 4 meses de procura por um emprego.

“Por conta de não ter experiência, então, primeira oportunidade sempre tem aquela dúvida, aquele desafio, as pessoas ficam com aquele pé atrás”, acrescenta Maristela Alves.

De acordo com o estudo, no ano passado, enquanto o desemprego entre a população em geral ficou em 9,3%, entre os jovens, de 18 a 24 anos, o percentual chegou a 19,2%. Mais que o dobro. Um avanço superior a 4 pontos percentuais na comparação com 2012 – 14,8%.

Para o economista Lucas Assis, autor do estudo, há dois principais motivos para esse cenário, a começar pela crise econômica que o país enfrentou entre 2015 e 2016.

“Então, enquanto grande parte dos jovens vivia os efeitos da recessão de 2015-2016, o contágio econômico da covid-19 acabou deteriorando de uma maneira súbita o mercado de trabalho dessa população. O jovem que tem menos anos de estudos, por exemplo, ele concorre com pessoas desempregadas, de maior experiência, que estão dispostas a trabalhar por um salário menor durante uma recessão”, explica o especialista.

Além da concorrência e da pouca oferta de vagas, outra dificuldade dos jovens é a falta de qualificação. A graduação no ensino médio, embora importante, não é suficiente para as empresas, sendo necessário melhorar a formação.

Um instituto em São Paulo oferece, por ano, 1.800 vagas de cursos de aperfeiçoamento para quem procura emprego. “As empresas têm buscado jovens, nesse momento de ingresso, com experiência, com cursos. Mas, eu tenho justamente esse perfil de jovens sem experiência, que não tem como investir em uma formação”, afirma a coordenadora pedagógica do instituto, Lucilli Parolini.

História que Giulia quer mudar. “Ser inserida no mercado de trabalho é o que te ajuda a sobreviver, né? Então, eu preciso de um emprego. Tem que começar. [Está com fé?] Muita”, diz a estudante.

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