Brasil está abaixo da meta de vacinação contra HPV, diz estudo

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A vacinação contra o HPV está em todas as capitais e regiões brasileiras abaixo da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Desta forma, o Brasil não deve atingir a meta de eliminação da doença em 2030. A doença é o quarto tipo de câncer mais comum entre mulheres e mata, em média, 6 mil brasileiras por ano.

No dia mundial da prevenção do câncer de colo do útero, celebrado neste domingo (26), um levantamento da Fundação do Câncer revela que a cobertura está muito aquém da meta considerada adequada pela Organização Mundial da Saúde. Para eliminar a doença, 90% do público alvo precisa ser imunizado com as duas doses da vacina. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), este tipo de tumor é o terceiro mais incidente nas mulheres, sem contar o câncer de pele, não melanoma. 

No Brasil, a cobertura entre meninas de 9 a 14 anos é de 76% para a primeira dose e 57% para a segunda, de acordo com o estudo divulgado pela Fundação do Câncer. Somente a região sul ficou próxima da meta, com 88%, na dose inicial. Em todo o país, a adesão à dose de reforço é inferior a primeira dose e fica entre 50% e 62%.        
 
O principal fator de risco para o câncer de colo do útero é a infecção pelo HPV (papilomavirus humano). O vírus provoca uma lesão que, sem diagnóstico e tratamento, pode evoluir para o câncer. Por ser transmitido sexualmente, quanto mais cedo o início da vida sexual, maior a exposição e risco de infecção. Além do HPV, outros fatores também contribuem para o desenvolvimento da doença, como tabagismo, ter muitos filhos e usar contraceptivos orais por muito tempo.

De acordo com o Ministério da Saúde, é recomendado o exame Papanicolaou em mulheres, entre 25 e 64 anos, que não apresentam sintomas, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais.

O levantamento tem como base os registros de vacinação do PNI de meninas entre 9 e 14 anos, no período de 2013 a 2021, e meninos de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2021.

Em todo o país, a cobertura vacinal da população feminina entre 9 e 14 anos alcança 76% para a primeira dose e 57% para a segunda dose. A adesão à segunda dose é inferior à primeira, variando entre 50% e 62%, dependendo da região. 

Na população masculina entre 11 e 14 anos, a adesão à vacinação contra o HPV é inferior à feminina no Brasil como um todo. A cobertura vacinal entre meninos é de 52% na primeira dose e 36% na segunda, muito abaixo do

Em entrevista à Agência Brasil, a consultora médica da Fundação do Câncer e colaboradora do estudo, Flávia Corrêa, diz que além de proteger as meninas e mulheres contra o câncer de colo do útero, os meninos podem ser beneficiados com a vacina para evitar vários tipos de câncer, entre eles: 

  • Câncer de pênis
  • Câncer de orofaringe
  • Câncer de boca
  • Câncer de ânus

Já na mulher, a imunização evita, além do câcner de colo de útero, outros tipos como:

  • Câncer de vulva
  • Câncer de vagina
  • Câncer de faringe
  • Câncer de boca 

Ainda, a vacinação em ambos os sexos diminui a disseminação do vírus, explica Flávia. Ela ainda destaca que os benefícios da vacinação tem que ser “muito divulgado”.

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